Para isso, serão apresentados conceitos e características importantes para se ter um ambiente com alta disponibilidade e escalável adotando cluster e load balancer com segurança e performance.
Assim, o leitor irá adquirir conhecimentos que lhe permitirão tomar decisões sobre o uso ou não deste servidor de aplicações e como configurá-lo de acordo com suas necessidades.
A plataforma Java EE (Java Platform Enterprise Edition) é um padrão amplamente adotado no desenvolvimento de softwares corporativos, pois oferece uma solução robusta, portável, escalável e que atende demandas de acesso, transações, segurança e outras necessidades que uma aplicação de grande porte possa ter. Desenvolvido através do Java Community Process, este padrão conta ainda com contribuições de organizações comerciais e open source, além de experts da área.
Para utilizar esta plataforma, no entanto, é preciso de um servidor de aplicações, que vai prover a infraestrutura necessária para rodar a aplicação.
Felizmente, hoje em dia existe um leque com boas opções de servidores homologados e certificados para o Java EE 7 – versão mais atual desta tecnologia. Apesar das opções, este estudo será focado em apenas uma delas, o WildFly, solução que substitui o JBoss Application Server e que está extremamente leve, rápida e é amplamente utilizada no Brasil e no mundo.
Portanto, este artigo abordará tópicos como história, diferença entre as versões AS, EAP e WildFly, funcionalidades disponíveis, características, clusterização, load balancer, assim como tópicos sobre segurança, tuning e microserviços.
De onde vem o WildFly?
O WildFly, que antes se chamava JBoss AS, é um servidor de aplicações open source, escrito em Java, baseado nos padrões definidos pela especificação Java EE e mantido pela comunidade e pela empresa Red Hat.
Para contextualizar, seguem alguns pontos importantes na história do WildFly:
· 1999: Foi lançada a primeira versão, com o nome EJBoss (Enterprise Java Beans in Open Source System). Era um servidor que atendia à especificação EJB 1.0;
· 2000: Na versão 1.0, o nome passou a ser JBoss Application Server ou JBoss AS;
· 2011: Foi lançada o JBoss AS 7.0, quando houve a maior alteração de todas as versões. A arquitetura do JBoss foi remodelada em módulos utilizando OSGi, o que fez o servidor de aplicações se tornar extremamente mais rápido;
· 2013: O projeto foi renomeado para WildFly, pois já existiam vários outros projetos com o nome JBoss e também para não confundir com a versão comercial do servidor de aplicação, chamada JBoss EAP. Assim sendo, não existe JBoss AS 8, e sim WildFly 8;
· 2015: Foi lançado o WildFly 9 e também liberada uma versão beta do WildFly 10.
Comunidade
Uma vantagem de utilizar o WildFly é poder contar com a geração de conteúdo e suporte da comunidade. Existem inúmeros blogs no Brasil falando constantemente sobre características, resolução de problemas, montando ambientes em diversos cenários e apresentando as novidades.
Também há um grupo de usuários chamado JBUG:Brasil, onde o fórum é bastante ativo e as dúvidas postadas, em português, são rapidamente respondidas. Caso tenha interesse, você pode fazer seu cadastro no JBUG e postar suas dúvidas, assim como responder dúvidas de outras pessoas.
Perfis e modos de operação
Para trabalhar com o WildFly é importante conhecer os perfis existentes, que são os conjuntos de tecnologias disponíveis para uma aplicação deployada no servidor, e os modos de operação standalone e domain, que determinam a estrutura de administração e de configurações do ambiente.
Perfis
Seguindo a especificação Java EE, o WildFly possui diferentes conjuntos de tecnologias que podem ser utilizadas em uma aplicação. Estes conjuntos são chamados de perfis e possibilitam que uma aplicação mais simples possa fazer uso de um perfil que oferece menos tecnologias, com o objetivo de carregar apenas o que vai precisar.
O WildFly possui quatro perfis e todos eles
podem ser customizados, caso necessário, para adicionar, alterar ou remover
determinada tecnologia. A seguir são ap ...