Trabalhando com o Oracle Database no Solaris - Parte 1
Trabalhando com o Oracle Database no Solaris - Parte 2
Este artigo apresenta um teste OLTP de um banco de dados Oracle Database 11gR2, comparando o desempenho do Solaris 10, Solaris 11, CentOS 5 e Oracle Enterprise Linux 6, em diversos cenários diferentes. Neste sentido, o artigo compara quais as vantagens de cada sistema operacional, em diversas métricas como número de usuários simultâneos, tempo entre execução de transações e tempo de resposta de cada transação de uma aplicação OLTP simulada.
Em que situação o tema é útil?
Para tomar uma decisão sobre qual sistema Gerenciador de Banco de Dados deve-se utilizar em uma implementação e também qual o Sistema Operacional hospedeiro a ser utilizado nesta mesma implementação. A escolha do Sistema Operacional é parte importantíssima na estratégia de implementação de um Servidor de Banco de Dados.
Resumo DevMan
O Oracle Database sempre foi conhecido com um banco dados robusto, escalável, sendo o líder do mercado em diversos segmentos, e o que possui as funcionalidades mais avançadas. Após a compra da Sun Microsystens pela Oracle, esta passou a ser proprietária também do sistema operacional Solaris, um unix real, aderente ao padrão POSIX, e com décadas de utilização nas maiores empresas, e com as funcionalidades mais avançadas do mercado.
Agora a Oracle pode fornecer um ambiente completo aos clientes, desde o hardware até a aplicação, passando pelo sistema operacional e banco de dados. Veremos neste artigo como fica a integração destes dois grandes produtos, o Oracle Database e o Oracle Solaris.
Para viabilizar esta implementação em um ambiente de testes que o leitor pode criar em seu próprio PC, será utilizado também o gerenciador de máquinas virtuais da própria Oracle, o VirtualBox. Perceba que tudo será feito apenas utilizando-se de softwares Oracle, demonstrando a capacidade desta empresa em fornecer soluções completas.
Neste artigo testaremos o desempenho do Oracle Database no Solaris, comparado com outras distribuições Linux, inclusive o Oracle Enterprise Linux.
Nos dois últimos artigos desta série sobre Oracle Database no Oracle Solaris, conhecemos sobre a história do Solaris, aprendemos algumas de suas características, e o instalamos e configuramos para receber o banco de dados da Oracle. Neste artigo, faremos um teste de desempenho do Oracle Database no Oracle Solaris, comparando-o com outros sistemas operacionais. Para que o leitor compreenda porque esta comparação será feita com o Linux, precisamos de uma boa introdução sobre os sistemas operacionais da Oracle, do Linux, e do Software Livre.
Até a pouco tempo atrás, a Oracle não tinha um sistema operacional para oferecer aos clientes que utilizavam seu produto principal, o Oracle Database. Mas quando a Red Hat passou a oferecer suporte para o servidor de aplicações corporativas Java, o JBoss (de código fonte aberto), a Oracle rompeu a longa parceria que tinha com esta empresa (a Oracle chegou a instalar a distribuição Linux da Red Hat em toda a estrutura interna da empresa, até em estações de trabalho), pois o JBoss competia diretamente com o servidor de aplicações Java da Oracle, o Oracle Application Server.
Com esta ruptura, a Oracle criou seu próprio clone da distribuição Linux da Red Hat (o RHEL - Red Hat Enterprise Linux), nomeada de OEL (Oracle Enterprise Linux). Isto é possível porque de acordo com a licença GPL (ver Nota DevMan 1), pela qual é distribuído o kernel (núcleo) do Linux e toda a distribuição RHEL, você deve distribuir o código fonte de todas as alterações que fizer em seus binários. Bem, a partir do código fonte do RHEL é possível compilar, com certo esforço, toda a distribuição, sendo que apenas alguns detalhes como imagens e logotipos pertencentes a Red Hat devem ser mudados, e então uma nova distribuição pode ser criada. É da mesma forma que é mantido o CentOS (Community Enterprise Operating System), uma distribuição grátis também baseada no RHEL.
GNU General Public License (Licença Pública Geral), GNU GPL ou simplesmente GPL, é a designação da licença para software livre idealizada por Richard Matthew Stallman em 1989, no âmbito do projeto GNU da Free Software Foundation (FSF).
A GPL é a licença com maior utilização por parte de projetos de software livre, em grande parte devido à sua adoção para o projeto GNU e o sistema operacional GNU/Linux. O software utilizado para administrar o conteúdo da Wikipédia é coberto por esta licença, na sua versão 2.0 ou superiores.
Recentemente a Oracle disponibilizou um núcleo alterado do Linux para sua distribuição, chamado de Unbreakable Kernel. Unbreakble ("Inquebrável") foi um termo anteriormente utilizado para descrever a segurança da distribuição OEL, mas agora a Oracle passou a utilizá-lo apenas para seu núcleo modificado.
Segundo a Oracle, o Unbreakable Kernel oferece mais de 75% de ganho em desempenho em testes OLTP contra o núcleo do RHEL. Além disso, ele oferece 200% de ganho em comunicação de rede que utiliza o protocolo Infiniband, e acesso a discos SSD (Solid State Disk, “Discos de Estado Sólido”) 137% mais rápido. Sobre Infiniband e SSD, é interessante lembrar que estas são duas tecnologias utilizadas no Exadata. Testaremos parte desses números logo a seguir.
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