Recursos especiais neste artigo: Artigo no estilo mentoring.
Cenário
Fazer a representação visual de um sistema, ou de uma ideia
nem sempre é fácil. Existe uma linguagem apropriada para expressar
comportamentos, relações, funcionalidades em um sistema orientado a objetos. A
UML. Mas, esse é o ponto, ela possui características específicas para a
orientação a objetos. Muito desenvolvedor Delphi foge da UML por achar que, por
não utilizar a orientação a objetos em sua totalidade, não precisa modelar ou
até mesmo que ela não lhe será útil. Muitos preferem criar um “rabisco” aqui e
outro ali e quando não, criar longos manuais descritivos e até mesmo com
figuras. Toda essa documentação é criada para facilitar a integração de novos
desenvolvedores, para tornar clara a visão de um sistema. O uso de uma
linguagem padrão (UML) tem suas vantagens. Por ser um padrão, sua representação
não irá variar de uma empresa para outra, assim, um desenvolvedor que já a
conheça irá facilmente compreender os diagramas criados e se inteirar da lógica
envolvida. Mesmo com aspectos ligados ao paradigma da orientação a objetos,
existem alguns diagramas que podem ser utilizados mesmo em softwares
procedurais. Neste artigo vamos abordar alguns diagramas que se adequam
perfeitamente a essa situação e através de um projeto bem simples, mas bem
tradicional, vamos modelar sua funcionalidade de tal forma que as vantagens da
UML ficarão claras. São diagramas simples que irão melhorar a comunicação entre
sua equipe, irão facilitar o entendimento dos requisitos envolvidos e que irão
agregar valor à análise do negócio.
Em que situação o tema é útil
Quando se deseja documentar, coletar requisitos para
desenvolvimento de funcionalidades de um software ou quando se deseja
compartilhar as regras de negócio e implementações envolvidas em um projeto.
Modelar um software tem o objetivo de tornar mais clara a visualização de suas funcionalidades, componentes, interações, seja para um desenvolvedor ou para um cliente. Ao invés de tentar criar seus próprios símbolos ou identificadores, porque não utilizar algo já consistente e que é um padrão internacional? Esse padrão é a UML.
Temos no Delphi XE3 recursos disponíveis para realizar essa modelagem, não é necessário correr atrás de outro software, tudo o que é necessário encontra-se no IDE. Mas antes de modelar algo, temos um histórico resumido sobre a UML.
Um breve histórico da UML
Sua sigla significa Unified Modeling Language ou Linguagem de Modelagem Unificada. É preciso deixar bem claro que ela não é uma metodologia, processo ou mesmo linguagem de programação. É uma forma padronizada de notação.
Durante os anos 90 existiam vários métodos coexistentes que conflitavam entre si acerca das notações que utilizavam. Os mais conhecidos eram:
- OMT – Object Modeling Techinique, de Rumbaugh;
- Método de Booch;
- OOSE – Object Oriented Software Engineering, de Jacobson.
Em 1995 Booch e Rumbaugh uniram seus processos e notações, eles trabalhavam juntos na Rational Software, que hoje é uma divisão da IBM, e dessa fusão criou-se o Método Unificado. Posteriormente, Jacobson integrou-se a eles, o que resultou em um novo método chamado RUP – Rational Unified Process. Suas notações também foram unidas, gerando a UML.
Pode-se assim dizer que a UML é o resultado da busca pela padronização dos artefatos de análise e projeto, quais sejam: modelos semânticos, sintaxe de notações e diagramas. Sua importância está nos seguintes fatos:
- Serve como linguagem para expressar decisões que nem sempre são fáceis de ver apenas olhando para o código;
- Fornece semântica para capturar decisões estratégicas e táticas do projeto; ...