Autores: Tiago Cândido de Mello e Eduardo Marques Trindade
Um caminho que contribui para empresas se tornarem mais competitivas é investir em aumento da eficiência da produção. Para empresas que produzem software, o aumento de eficiência pode ser conquistado de diversas formas e uma das principais é a utilização de uma metodologia de trabalho, diminuindo esforços ou produzindo mais em um determinado período de tempo pela prática de procedimentos ordenados. Infelizmente no Brasil muitas micro e pequenas empresas possuem processos informais de software e dependem da capacidade dos seus funcionários. Este fator somado à grande fatia do mercado brasileiro representado pelas micro e pequenas empresas de software, que é de 93,4%, questiona as razões das atuais propostas de metodologias não serem usadas pela maior parte dessas empresas.
A maioria dos gestores sabe da importância de terem processos bem definidos, no entanto não conseguem colocá-los em prática por falta de conhecimento ou recursos. Um fator de peso para a não aceitação de uma metodologia em empresas, principalmente nas menores, é a de que a implantação é trabalhosa e onerosa. O errôneo pensamento de que a empresa se tornaria engessada e burocrática de se trabalhar com uma metodologia formal também assola os líderes.
Com a demanda crescente de softwares, virou tendência as empresas buscarem por metodologias de fácil implantação e que não burocratizam suas rotinas. Com isso os métodos chamados ágeis tiveram ótima aceitação e a cada dia ganham mais espaço. No entanto, eles propõem a produção de software por meio de abordagem incremental de funções e são evitados por empresas públicas ou que trabalham com vendas por encomenda, com escopo e valores totalmente definidos antes do início da produção. É neste contexto que uma metodologia compacta, de sistema linear de fases, contribui para a melhoria da eficiência da produção de software nas empresas com este perfil.
Diante disso, ao longo deste artigo será apresentada uma nova metodologia que atende a essa necessidade do mercado, e por meio de um estudo de caso será mostrado todas as etapas da implantação em um projeto real.
A metodologia COMPACTA
A metodologia COMPACTA se baseia no modelo clássico de desenvolvimento, em que as fases são isoladas e sequenciais. Na COMPACTA são apresentadas quatro fases. Conforme o fluxo apresentado na Figura 1, as setas maiores indicam a transição normal do projeto enquanto que as setas menores indicam as possibilidades no caso de mudanças de escopo ou erros de projeto. Se em algum momento da produção forem identificadas falhas, deve-se voltar à fase anterior ou outra antecessora para que a correção seja feita e então o projeto siga novamente a linearidade proposta.
Figura 1. Fases e Processos da Metodologia Compacta.
Fase 1 – Validação de Requisitos
A definição dos requisitos é a primeira fase da construção do software e nela é conhecido o escopo para permitir os gestores calcularem orçamento, riscos e viabilidade da produção. Após a elicitação (estudo de editais, entrevistas, coletas de documentações, etc.), a metodologia inicia a sua atuação validando os requisitos coletados por meio da prototipação e da formulação de um documento com as especificações dos requisitos.
Prototipação
Um protótipo de software é um modelo sem funcionalidades inteligentes, utilizado para ilustrar e melhorar o entendimento do software pelos a ...