Neste artigo veremos uma
introdução aos Sistemas de Busca Corporativa e exemplos de aplicações que
utilizam estes sistemas para substituir Bancos de Dados Relacionais. Para
que serve: Os Sistemas de Busca
Corporativa são uma alternativa muito mais simples e rápida de ser implementada
do que os Bancos de Dados Relacionais, pois foram criados para permitir acesso
rápido a grandes volumes de dados para muitos usuários. Em que situação o tema útil: Em projetos que envolvem
grandes volumes de informação em repositórios distintos (como por exemplo
arquivos, e-mails, páginas web, Bancos de Dados) e que precisam ser
relacionadas, os Sistemas de Busca Corporativa simplificam e reduzem o tempo de
execução do projeto.
A GEFCO, subsidiária da Peugeot na Europa, é responsável pela logística de veículos novos e peças das fábricas para centros automotivos; eles trabalham com cerca de 100.000 eventos diários relativos a 600.000 veículos em 80 países (cerca de 5TB de informações) e disponibilizam estes dados para seus clientes através de um portal Web. Seus clientes hoje estão muito satisfeitos com o portal atual, disponível 24 horas, 7 dias por semana, que possui seus dados atualizados com uma latência máxima de 15 minutos e exibe os relatórios em menos de 2 segundos. Eles mal se lembram da solução anterior que só ficava disponível 7 horas por dia, tinha dados atualizados somente de 24 horas atrás e demorava entre 10 e 30 segundos para exibir os relatórios solicitados.
E o que esta solução atual da GEFCO tem de diferente em relação à solução anterior que eles utilizavam? Ela foi construída utilizando um Sistema de Busca Corporativa (Enterprise Search Engine). Esta solução substituiu a solução anterior que eles utilizavam que era baseada em um banco de dados relacional Oracle. Este projeto foi desenvolvido e implantado em apenas 3 meses.
A GEFCO percebeu que o problema que ela tinha não podia ser resolvido com Bancos de Dados Relacionais, e desenvolveu sua nova solução a partir de um Sistema de Busca Corporativa. Esse tipo de solução desenvolvida pela GEFCO, hoje é chamada de “Aplicação Baseada em Busca” (Search-based Application) e está cada vez mais sendo adotada por diversas empresas no mundo todo.
Neste artigo analisaremos melhor esta mudança que está ocorrendo em diferentes empresas no mundo todo, e explicaremos por que em um futuro não muito distante, isso pode representar o fim dos Bancos de Dados Relacionais.
Uma breve história dos Bancos de Dados Relacionais
Em um relatório de pesquisa da IBM, publicado em agosto de 1969, o Dr. E. F. Cood listou um conjunto de 12 regras que definiam como os Bancos de Dados Relacionais deveriam funcionar. Por volta de 1980 já existia uma série de fabricantes de Bancos de Dados que alegavam que seu software era na verdade um Banco de Dados Relacional. A IBM foi uma das pioneiras em pesquisa e desenvolvimento para transformar os Bancos de Dados em Bancos de Dados Relacionais, e no desenvolvimento da linguagem que seria posteriormente conhecida como SQL. Entretanto, foi a Oracle Corporation (conhecida anteriormente por Relational Software), a primeira empresa a lançar um Banco de Dados que possuía uma linguagem própria, chamada SQL (Structured Query Language). Somente por volta de 1990 que a Microsoft se juntou a estes dois fabricantes de Bancos de Dados Relacionais com o lançamento do seu produto, o SQL Server.
Para ser um pouco mais preciso, a primeira versão do SQL Server lançada pela Microsoft foi em 1989, em uma parceria com a Sybase, um produto 16bit para o sistema operacional OS2. Já a Oracle lançou seu primeiro Banco de Dados Relacional em 1979, e a IBM quatro anos depois em 1983.
Assim, se você trabalha com qualquer um destes três Bancos de Dados Relacionais, você utiliza um produto que, na melhor das hipóteses (pegando o caso da Microsoft) já existe a pelo menos 21 anos. Será que durante todo esse tempo, em um mercado que evolui tão rapidamente como o de tecnologia, não surgiu nenhuma solução que fosse mais moderna e que permitisse fazer o que você faz hoje com Bancos de Dados Relacionais de modo muito mais rápido e fácil?
Essa é a pergunta que todos aqueles que trabalham com Bancos de Dados Relacionais deveriam estar se fazendo.
Recentemente um dos maiores bancos privados do Brasil anunciou que estava migrando sua estrutura de Banco de Dados de Mainframe para SQL Server. O objetivo do anúncio, e a forma como a maioria das pessoas o interpretou, era que esta instituição financeira estava se modernizando. Entretanto, a leitura deste anúncio deveria ser um pouco diferente. Este anúncio está, na verdade, indicando que hoje SQL Server é o que o Mainframe era a vinte anos atrás.
Um mundo de informações... e agora?
Apesar dos Bancos de Dados Relacionais serem relativamente antigos (para o dinâmico mercado de tecnologia) eles ainda são a melhor ferramenta para fazer o que era sua proposta inicial lá em 1969, que era garantir o controle de transação. Usando o exemplo clássico da necessidade de se realizar uma transferência bancária, garantir que uma conta será debitada, que a outra será creditada, e que toda esta transação será realizada, ou que nada será feito se algo der errado.
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