Neste artigo e no próximo, procuraremos esclarecer a importância de duas funções fundamentais da área de TI: A Administração de Banco de Dados (DBA) e a Administração de Dados (DA). Muitas vezes confundidas, estas funções precisam ser bem definidas e ressaltadas pela sua importância no contexto dos Bancos de Dados. Começaremos pelos requisitos básicos que um Administrador de Banco de Dados (DBA) precisa ter para exercer com excelência esta função.
Administrar um banco é, de maneira simplista, instalar, configurar, monitorar e solucionar problemas de um SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados). Esmiuçando este conceito, um Administrador de Banco de Dados tem as seguintes responsabilidades:
- Projeto lógico do banco de dados: criação do esquema lógico usando a DDL;
- Definição de checagem de segurança e integridade;
- Decisão de como os dados são representados na base de dados armazenada;
- Projeto físico da base de dados;
- Definição de procedimentos de recuperação;
- Monitoração do desempenho;
- Contato com usuários para averiguação de disponibilidade dos dados por eles requisitados e ajuda na determinação e resolução de problemas;
- Ajustes apropriados à medida que ocorram mudanças de requisitos
Para cumprir as responsabilidades supracitadas são exigidos conhecimentos em diversas áreas relacionadas direta e indiretamente com os SGBDs propriamente ditos. Enumeramo-los:
- Arquitetura de computadores: o processo de administração de um SGBD pode exigir o conhecimento da estrutura física de servidores e de como sintonizar hardware e software para obtenção de melhor desempenho e maior segurança;
- Sistemas operacionais: necessidade de conhecer o sistema operacional utilizado pelo SGBD, bem como os conceitos sobre processos, gerência de memória e sistema de arquivos, indispensáveis para a resolução de problemas e definição de procedimentos de recuperação;
- Redes: além do conhecimento básico, é necessário conhecer bem as camadas de rede e aplicação. Conhecer a estrutura da rede nesse nível é de grande importância para monitoração do desempenho;
- Projeto conceitual e lógico de bancos de dados: apesar de não estar envolvido diretamente com o negócio, é necessário conhecer e poder interpretar os modelos de dados que serão criados e armazenados na base de dados, bem como conhecer as implicações que estes modelos podem causar no desempenho de um SGBD.
- Arquiteturas de SGBDs: conhecendo os fundamentos básicos que guiam as implementações dos SGBDs atuais, o administrador tem facilidade no entendimento e questionamento da arquitetura utilizada pelo SGBD. Muitos conceitos emitidos em treinamentos e manuais específicos de fabricantes, não são completamente entendidos pela falta de uma base teórica do funcionamento de SGBDs.
Administração de bancos de dados para suporte à decisão ou Data Warehouses: faz-se necessária a reciclagem técnica dos DBAs que passarão a ser responsáveis por grandes repositórios de dados para que os mesmos tenham conhecimento das principais técnicas e soluções disponíveis atualmente para essa nova classe de aplicação. Procuramos esclarecer estas técnicas no nosso livro.
É sempre bom lembrar que administrar um banco é diferente de projetar lógica e conceitualmente um banco. A administração deve prever a utilização do SGBD ao longo de vários anos, garantindo a ausência de problemas físicos futuros que impeçam a disponibilidade dos dados.
Estamos tentando, com muito esforço, coordenar uma especialização latu sensu na Universidade Tiradentes, que incorpore todos estes requisitos aqui emitidos e apresente estes fundamentos em SGBDs utilizados no mercado. Como as bases de dados corporativas estão crescendo intensamente e tornando-se cada vez mais importantes como fontes de informações necessárias à operacionalização das empresas e também como fontes de informações para o processo de tomada de decisão, o Administrador de Banco de Dados deve ser um profissional especialista, capacitado para entender e prestar suporte técnico em cada SGBD utilizado pela organização.
Abraços e até o próximo artigo.