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Clube Dephi Edição 55
? Adotar ou não o .NET? Qual o futuro do Delphi? Após o lançamento do Delphi 8, questionamentos como esses se tornaram comuns nos fóruns de discussão, eventos e também foi motivo de vários e-mails enviados por leitores à nossa redação. Sabendo disso, a ClubeDelphi reuniu alguns dos principais nomes do cenário Delphi do Brasil para discutir sobre o assunto, trocar idéias e compartilhar com você, leitor e desenvolvedor.

Chamamos o evento de “1ª mesa redonda virtual”. O objetivo: discutir e trocar idéias sobre a mais nova versão da ferramenta, o Delphi 8, que suporta o desenvolvimento para o .NET Framework, e também o que cada um espera das novas versões da ferramenta de maior sucesso no desenvolvimento de aplicações. Dê também sua opinião, acessando nosso fórum no endereço //www.devmedia.com.br/forum, no canal “.NET”. Participe!

Nota: as colocações dadas pelos autores neste debate não refletem necessariamente a opinião das empresas onde trabalham (Borland, parceiras Borland, Microsoft etc.). Procuramos manter as declarações na íntegra como foram expostas pelos autores.

Guinther Pauli (moderador) - Estamos dando início a nossa primeira mesa redonda virtual. Gostaria de agradecer desde já a colaboração de todos. Nossa discussão será sobre o “Futuro do Delphi”. Gostaria de saber a opinião de cada um sobre o assunto: como vocês estão vendo as mudanças que aconteceram, com o lançamento do Delphi 8? Para vocês, o que .NET muda na vida do desenvolvedor Delphi, tanto para o profissional experiente como para aquele que está começando? Como as empresas estão enxergando a mudança? Como ficam empresas que possuem softwares construídos com "Delphi Win32"? É viável uma migração? Já está utilizando o Delphi 8, em produção? Quais os resultados obtidos? O que esperar das futuras versões do Delphi? .NET é o caminho? Cada um pode se sentir a vontade para dar a opinião sobre o assunto, além criticar / comentar a opinião dos demais. Bom debate!

 

 

Daniel Wildt  (dwildt@via-rs.net)

Borland Delphi 8 Certified Instructor e Borland Delphi 7 Certified Developer / Instructor (BlueStar – parceira Borland)

Vou colocar algumas impressões do que tenho visto em clientes. Nota-se no mercado que há uma certa resistência em usar .NET. Usar o Delphi em si não é o problema (está quase tudo por lá nas aplicações VCL.NET), mas os clientes ainda estão um pouco inseguros, por que não estão 100% cientes da tecnologia que está rodando por “baixo”, o .NET Framework.

Algo que fará a busca pelo Delphi for .NET aumentar é quando for incluído o suporte ao Compact Framework. O desenvolvimento para PDAs é um nicho de mercado que vem crescendo e vai se expandir muito com as novas gerações de equipamentos e tecnologias de mobilidade.

Sabemos que futuras versões do Delphi trarão o suporte ao desenvolvimento Win32 e .NET na mesma IDE. Isso também poderá fazer os desenvolvedores buscarem mais o .NET (e isso vai até de encontro à maturação do produto no mercado).

Muitas empresas contam com profissionais experientes em .NET, de forma que podem avaliar com facilidade o Delphi for .NET. Dessa forma, acredito que o Delphi 8 com certeza é um foco para novos projetos nas empresas.

Alguns “contras”: quem usa o Delphi 7 e possui sistemas muito grandes, não pensa em passar para Delphi 8 tão cedo. Um outro problema na migração, que deve ser levado em conta, são os componentes de terceiros.

Tenho caso de clientes que utilizam WebBroker para desenvolvimento Web, e não temos essa tecnologia para Delphi 8. Isso complica um pouco a migração. Seria ideal se tivéssemos algum “wrapper” para se utilizar o WebBroker (conceito de Actions) no .NET.

Tenho ainda o caso de um cliente que estuda a possibilidade de uma migração para ASP.NET em breve, em virtude de termos criado uma hierarquia OO para tratar Actions usando uma estrutura de Adapters/Facades/Proxy (GoF). Nesse tipo de arquitetura fica fácil a migração de um framework para outro. É claro, o custo de um upgrade de licença para o Delphi 8 é outro ponto que deve ser considerado durante a migração.

Tenho clientes que utilizam CLX, e nesse caso eles não têm perspectiva de usar o Delphi 8. Mesmo que o Mono seja “feliz” e rode assemblies gerados pelo Delphi 8, as empresas que trabalham com Linux ainda esperam uma nova versão do Kylix. E eu não sei, nesse caso, o que é mais fácil: fazer o Delphi 8 gerar assemblies para o Mono ou colocar uma nova versão do Kylix no mercado. O mais interessante seria que as duas andassem juntas, mantendo compatibilidade e criando novas oportunidades para desenvolvimento com os produtos Borland para outras plataformas.

Sobre o futuro: .NET é o caminho, um ótimo caminho, mas quebras de paradigmas são complexas e caras, em muitos casos dependem do tamanho e capacidade da equipe de desenvolvimento. Veja quantas empresas ainda trabalham com COBOL, e outras tecnologias legadas, como Win32.

 

Bruno Sonnino (sonnino@netmogi.com.br)

Consultor de empresas, autor de vários livros sobre Delphi e Kylix, Palestrante da 1a, 2 ...

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