Introdução ao Data Mining
Data Mining é uma das novidades da Ciência da Computação que veio para ficar. Com a geração de um volume cada vez maior de informação, é essencial tentar aproveitar o máximo possível desse investimento. Talvez a forma mais nobre de se utilizar esses vastos repositórios seja tentar descobrir se há algum conhecimento escondido neles. Um banco de dados de transações comerciais pode, por exemplo, conter diversos registros indicando produtos que são comprados em conjunto. Quando se descobre isso pode-se estabelecer estratégias para otimizar os resultados financeiros da empresa. Essa já é uma vantagem suficientemente importante para justificar todo o processo.
Definição e Objetos no Data Mining
Data Mining consiste em um processo analítico projetado para explorar grandes quantidades de dados (tipicamente relacionados a negócios, mercado ou pesquisas científicas), na busca de padrões consistentes e/ou relacionamentos sistemáticos entre variáveis e, então, validá-los aplicando os padrões detectados a novos subconjuntos de dados. O processo consiste basicamente em 3 etapas: exploração, construção de modelo ou definição do padrão e validação/verificação.
A premissa do Data Mining é uma argumentação ativa, isto é, em vez do usuário definir o problema, selecionar os dados e as ferramentas para analisar tais dados, as ferramentas do Data Mining pesquisam automaticamente os mesmos a procura de anomalias e possíveis relacionamentos, identificando assim problemas que não tinham sido identificados pelo usuário.
Em outras palavras, as ferramentas de Data Mining analisam os dados, descobrem problemas ou oportunidades escondidas nos relacionamentos dos dados, e então diagnosticam o comportamento dos negócios, requerendo a mínima intervenção do usuário. Assim, ele se dedicará somente a ir em busca do conhecimento e produzir mais vantagens competitivas.
Como podemos ver, as ferramentas de Data Mining, baseadas em algoritmos que forma a construção de blocos de inteligência artificial, redes neurais, regras de indução, e lógica de predicados, somente facilitam e auxiliam o trabalho dos analistas de negócio das empresas, ajudando as mesmas a conseguirem serem mais competitivas e maximizarem seus lucros.
Principais técnicas no Data Mining
O Data Mining (DM) descende fundamentalmente de 3 linhagens. A mais antiga delas é a estatística clássica. Sem a estatística não seria possível termos o DM, visto que a mesma é a base da maioria das tecnologias a partir das quais o DM é construído.
A segunda linhagem do DM é a Inteligência Artificial (IA). Essa disciplina, que é construída a partir dos fundamentos da heurística, em oposto à estatística, tenta imitar a maneira como o homem pensa na resolução dos problemas estatísticos.
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E a terceira e última linhagem do DM é a chamada machine learning, que pode ser melhor descrita como o casamento entre a estatística e a Inteligência Artificial. Enquanto a Inteligência Artificial não se transformava em sucesso comercial, suas técnicas foram sendo largamente cooptadas pela machine learning, que foi capaz de se valer das sempre crescentes taxas de preço/performance oferecidas pelos computadores nos anos 80 e 90, conseguindo mais e mais aplicações devido às suas combinações entre heurística e análise estatística. Machine learning é uma disciplina científica que se preocupa com o design e desenvolvimento de algoritmos que permitem que os computadores aprendam com base em dados, como a partir de dados do sensor ou bancos de dados. Um dos principais focos da Machine Learnig é automatizar o aprendizado para reconhecer padrões complexos e tomar decisões inteligentes baseadas em dados.
O Data Mining é um campo que compreende atualmente muitas ramificações importantes. Cada tipo de tecnologia tem suas próprias vantagens e desvantagens, do mesmo modo que nenhuma ferramenta consegue atender todas as necessidades em todas as aplicações.
Existem inúmeras ramificações de Data Mining, sendo algumas delas:
- Redes neurais: são sistemas computacionais baseados numa aproximação à computação baseada em ligações. Nós simples (ou "neurões", "neurônios", "processadores" ou "unidades") são interligados para formar uma rede de nós - daí o termo "rede neural". A inspiração original para esta técnica advém do exame das estruturas do cérebro, em particular do exame de neurônios. Exemplos de ferramentas: SPSS Neural Connection, IBM Neural Network Utility, NeuralWare NeuralWork Predict.
- Indução de regras: a Indução de Regras, ou Rule Induction, refere-se à detecção de tendências dentro de grupos de dados, ou de “regras” sobre o dado. As regras são, então, apresentadas aos usuários como uma lista “não encomendada”. Exemplos de ferramentas: IDIS da Information Discovey e Knowledge Seeker da Angoss Software.
- Árvores de decisão: baseiam-se numa análise que trabalha testando automaticamente todos os valores do dado para identificar aqueles que são fortemente associados com os itens de saída selecionados para exame. Os valores que são encontrados com forte associação são os prognósticos chaves ou fatores explicativos, usualmente chamados de regras sobre o dado. Exemplos de ferramentas: Alice d’Isoft, Business Objects BusinessMiner, DataMind.
- Analise de séries temporais: a estatística é a mais antiga tecnologia em DM, e é parte da fundação básica de todas as outras tecnologias. Ela incorpora um envolvimento muito forte do usuário, exigindo engenheiros experientes, para construir modelos que descrevem o comportamento do dado através dos métodos clássicos de matemática. Interpretar os resultados dos modelos requer “expertise” especializada. O uso de técnicas de estatística também requer um trabalho muito forte de máquinas/engenheiros. A análise de séries temporais é um exemplo disso, apesar de freqüentemente ser confundida como um gênero mais simples de DM chamado “forecasting” (previsão). Exemplos de ferramentas: S+, SAS, SPSS.
- Visualização: mapeia o dado sendo minerado de acordo com dimensões especificadas. Nenhuma análise é executada pelo programa de DM além de manipulação estatística básica. O usuário, então, interpreta o dado enquanto olha para o monitor. O analista pode pesquisar a ferramenta depois para obter diferentes visões ou outras dimensões. Exemplos de ferramentas: IBM Parallel Visual Explorer, SAS System, Advenced Visual Systems (AVS) Express - Visualization Edition.
Conclusão sobre Data Mining
No breve espaço deste artigo, nossa principal missão foi introduzir um pouco do pensamento que está por trás do Data Mining. Obviamente, ainda há muito a se falar sobre o assunto (clustering, métodos genéticos, mineração em textos, roll up/drill down, etc), mas é importante notar que em praticamente todos esses casos o que se deseja é descobrir padrões em volumes de dados. É importante ressaltar também que o Data Mining não é o final da atividade de descoberta de conhecimentos, mas é tão somente o início. É imprescindível (ao menos com a tecnologia atual) dispor de analistas capacitados que saibam interagir com os sistemas de forma a conduzi-los para uma extração de padrões úteis e relevantes.
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Referências
- Wikipédia:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Machine_learning - acessado no dia 23/11/2010 às 09:20
- Wikipédia:
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Data_mining - acessado em 19/08/2010 às 20:00
- Livros
- Waltz, David; Hong, Se June (1999) Data Mining: A Long-Term Dream. IEEE Intelligent Systems Vol 14, No. 6.
- Han, Jiawei; Chen, Ming-Syan; Yu, Philip S. (1996) Data Mining: An Overview from Database Perspective
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