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Este artigo apresenta alguns conceitos fundamentais referentes à tecnologia Bluetooth para comunicação sem fio, sendo apresentado o desenvolvimento de um aplicativo Java ME didático que se comunica com um computador desktop com a função de fornecer a data e a hora do sistema.
Em que situação o tema é útil:
Este artigo pode ser útil a acadêmicos e estudantes que desejam dar seus primeiros passos com a tecnologia Bluetooth e aos programadores Java ME que almejam aprimorar seus aplicativos, fazendo o uso de comunicação sem fio.
Resumo DevMan:
Este artigo apresenta de forma simples e didática a comunicação Bluetooth entre diferentes dispositivos, focando na plataforma Java ME. Inicialmente são apresentados alguns conceitos importantes sobre a comunicação, sendo na sequência desenvolvido um aplicativo Java ME que faz uso da JSR-82, API que permite a comunicação Bluetooth em aparelhos celulares. Por fim, é desenvolvido um programa simples em Java SE, usando a API Bluecove, sendo este utilizado pelo aplicativo Java ME.
Autores: Robison Cris Brito e Ricardo Ogliari
A era da comunicação iniciou simplesmente com a necessidade das pessoas manterem contato umas com as outras sem se preocuparem com a distância. Hoje, devido ao constante avanço tecnológico, o ato de comunicar-se já não se trata mais de apenas conversar com alguém que está a milhares de quilômetros de distância. A questão, agora, é totalmente voltada para a praticidade e a utilidade dessas tecnologias de comunicação.
Atualmente, a forma de comunicação de um aparelho celular vai muito além de fazer ou receber ligações, ou ainda o uso das tradicionais mensagens de texto. Hoje é importante que o aparelho celular acesse a rede mundial de computadores usando a rede de dados da operadora, ou ainda possua recursos de acesso utilizando WI-FI e ainda a possibilidade de comunicar-se com dispositivos sem fio utilizando o Bluetooth.
A tecnologia Bluetooth, que surgiu no final da década de 90, é considerada por muitos uma das tecnologias mais revolucionárias de comunicação sem fio que já existiu. Com o Bluetooth, foi possível substituir os cabos utilizados nas comunicações tradicionais, como dos dispositivos de entrada e saída (teclado, mouse) e o computador, a comunicação entre computador e impressora, e principalmente a comunicação entre dispositivos móveis.
Assim, pode-se utilizar celulares para comunicar-se com outros dispositivos móveis, isso, claro, sem utilizar cabos e sem custos, como por exemplo ler os dados de um leitor de código de barras e processar os dados no próprio aparelho celular, ou enviar dados para impressão em uma impressora remota, também pode-se controlar pequenos brinquedos robôs como o Lego Mindstorm usando o aparelho celular ou ainda, ler os dados digitalizados por canetas inteligentes a distância. Algumas dessas tecnologias são apresentadas na Figura 1.
Figura 1. Exemplos de dispositivos que fazem uso da comunicação bluetooth.
Desta forma, é possível utilizar a comunicação Bluetooth de várias formas, sendo que a comunicação acontece na maioria das vezes através do envio e recepção de linhas de textos, sendo necessário apenas conhecer o protocolo de comunicação de cada dispositivo, o que é relativamente simples, uma vez que a maioria das empresas que desenvolvem estas novas tecnologias disponibilizam estes protocolos nos sites ou via suporte.
Assim, o presente artigo tem por objetivo desmistificar a comunicação Bluetooth entre diferentes aparelhos, sendo apresentados os conceitos básicos da comunicação e desenvolvendo um estudo de caso simples, onde um aparelho celular envia e recebe dados de/para um computador desktop utilizando a tecnologia Bluetooth.
O conceito de Bluetooth iniciou-se em 1994 com um grupo de pesquisadores da empresa Ericson Mobile Communication, que procuravam por uma nova forma de transmissão de dados. Conforme imaginaram os mentores dessa ideia, essa nova transmissão seria independente de qualquer tipo cabos e barata. E foi exatamente o que aconteceu.
Com o objetivo de tornar o Bluetooth um padrão na tecnologia de transmissão de dados, juntou-se ao grupo de pesquisadores desse assunto em 1998 outras grandes empresas do mercado tecnológico: a Nokia, fabricante de celulares, IBM e Toshiba, grandes fabricantes de computadores e a gigante Intel, que na época era líder do mercado de processadores para computadores. Juntas, essas empresas formaram a SIG, Special Interest Group.
Nessa época foi dado o nome de “Bluetooth” para a tecnologia, em homenagem ao rei dinamarquês Danish King Harald Blatand, cujo grande feito foi à unificação da Dinamarca. A analogia se dava, pois essa nova tecnologia estava unificando as comunicações, juntando diferentes empresas de diferentes ramos empresarias para um propósito comum.
Essa união de empresas de grande porte e influência mundial foi um dos motivos para ascensão do Bluetooth. Afinal, a ideia era essa, fazer com que essa nova tecnologia que estava surgindo, desenvolvida por grandes mãos, fosse aceita pelo maior número possível de fabricantes de dispositivos que pudessem usá-los em seus novos aparelhos para então tornar esse um padrão mundial de comunicação.
O objetivo inicial era a criação de um novo tipo de comunicação que substituiria outros tipos que estavam começando a se tornar obsoletos.
Atualmente, o Bluetooth é uma tecnologia que conecta dispositivos de maneira fácil, sem necessidade de cabos, com um consumo relativamente baixo de energia.
O Bluetooth funciona por radiofreqüência e opera na faixa Industrial, Scientific, Medical (ISM) - utilizada por instrumentos industriais, científicos e médicos, centrada em 2,45 GHz. Por essa faixa ser uma faixa aberta que permite sua utilização por qualquer sistema de operação, foi necessária a adoção de um esquema de proteção que garantisse que o sinal do Bluetooth não sofresse tais interferências.
Essa proteção chama-se FH-CDMA (Frequency Hopping - Code-Division Multiple Access) e divide a freqüência utilizada em diversos canais fazendo com que o dispositivo mestre, responsável pelo controle do canal, alterne de um canal para outro com saltos muito rápidos que fazem com que seja diminuída a chance de uma possível interferência. A cada segundo são realizados até 1600 saltos de freqüência, podendo ser utilizadas até 79 freqüências.
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