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Contém nota Quickupdate.
Neste artigo mostraremos um comparativo entre os três principais frameworks de interface rica para JSF do mercado. Será realizada uma análise envolvendo os recursos e as características de cada um deles com o objetivo de elegermos a melhor opção para um projeto.
Em que situação o tema é
útil
Quase todos os projetos
que utilizam o framework JSF possuem pelo menos uma das três bibliotecas RIA
abordadas neste artigo. Sendo assim, é necessário, para qualquer desenvolvedor,
conhecer os aspectos positivos e negativos de cada uma delas, a fim de evitar
possíveis falhas em um projeto.
As bibliotecas de interface rica do JSF têm seus fundamentos baseados em uma tecnologia poderosa criada em 2002 pela Macromedia, denominada Rich Internet Application (RIA). Anteriormente, entretanto, apareceram conceitos semelhantes, como o Remote Scripting, da Microsoft, em 1998, e o X Internet, da Forrester Research, em 2000.
O maior objetivo de uma RIA é trazer para o ambiente web características e funcionalidades existentes até então apenas em aplicações desktop, proporcionando uma experiência mais agradável para o usuário. As soluções de Rich Internet Application normalmente rodam em um navegador – portanto não precisam ser instaladas – e adicionam uma camada intermediária de código entre o cliente e o servidor conhecida como client engine, responsável não só pela comunicação entre os dois nós, mas também por oferecer um visual mais robusto e uma melhor resposta às ações do usuário.
As plataformas RIA mais conhecidas atualmente são o Adobe Flash, JavaFX e Microsoft Silverlight, utilizadas pela maioria dos usuários em seus navegadores. Existem, porém, inúmeras outras empregadas em menor escala como Apache Flex (doado pela Adobe para a fundação Apache e baseado no Adobe Flash), ExtJS e DoJo (baseados em JavaScript, técnicas de AJAX, DHTML – ver Nota DevMan 1 – e CSS) e Google GWT e Vaadin (baseados em Java).
O DHTML (Dynamic HTML) é a união das tecnologias HTML, JavaScript e CSS. Com ela é possível proporcionar uma experiência visual mais agradável ao usuário, promovendo modificações na página web na própria máquina do cliente, sem necessidade de novos acessos ao servidor.
As vantagens de se utilizar soluções RIA não se limitam apenas à interface visual. Existem outros benefícios proporcionados pela tecnologia indispensáveis na web atual, como possibilidade de executar processamento assíncrono, ou seja, sem a necessidade de recarregar a página, diminuição no tráfego de rede – uma vez que a client engine pode efetuar processamento do lado do cliente, sem a necessidade de uma nova requisição ao servidor –, redução da complexidade das aplicações, entre outros.
Com o lançamento do JSF 1.0 por meio da especificação JSR 127, o objetivo foi, desde o início, criar uma arquitetura extensível, baseada em componentes, a fim de possibilitar o uso de bibliotecas RIA que fornecessem recursos adicionais ao desenvolvedor. Dessa forma, a utilização de suítes de componentes de terceiros se revelou uma prática pelos seguintes motivos:
· Componentes visuais nativos do JSF são poucos e muito rústicos;
· Inexistência de suporte nativo ao uso de temas/skins;
· Modelo nativo de requisições AJAX simples, sem suporte, por exemplo, a mecanismos de push (ver Nota DevMan 2).
Também conhecido como AJAX reverso, refere-se ao processo de o cliente ser avisado pelo servidor para atualizar informações na página sem que tenha havido nenhuma requisição. O exemplo mais comum está nas redes sociais, nas quais os posts novos dos usuários são exibidos à medida que são publicados.
Assim, não demorou muito para aparecerem soluções RIA no mercado que atendessem os desenvolvedores que utilizavam o JavaServer Faces. Entre elas podemos citar RichFaces, PrimeFaces, ICEfaces, OpenFaces e Oracle ADF, sendo as três primeiras as mais utilizadas no mercado e objetos de estudo desse artigo.
RichFaces
O RichFaces é um framework RIA criado para o JavaServer Faces (JSF) com suporte a AJAX, skins prontos para uso (que podem ser customizados), e uma grande quantidade de componentes de interface gráfica. O surgimento da biblioteca se deu pela empresa Exadel, que em 2006 liberou a primeira versão disponível para o público em um pacote comercial. Em 2007, a Exadel foi dividida e um acordo de cooperação com a JBoss possibilitou a incorporação da biblioteca de componentes Ajax4jsf, além de uma mudança na forma de distribuição, já que o pacote passou a ser gratuito e de código aberto. Atualmente o framework é mantido pela gigante americana responsável por projetos como Hibernate e Seam e encontra-se na versão 4.2.3, com releases constantes e uma comunidade bastante ativa.
Visão Geral
O framework faz uso interno do jQuery para o controle de eventos e traz uma série de benefícios ao desenvolvedor JSF. Como um dos diferenciais da biblioteca, podemos citar a validação de campos do lado do cliente seguindo a especificação JSR-303 Bean Validation. A utilização dessa técnica evita requisições desnecessárias ao servidor, melhorando o desempenho da aplicação.
A inserção dos componentes é feita através de sintaxe XHTML e podem ser utilizadas, de forma simultânea, bibliotecas de terceiros na mesma página, o que proporciona uma maior liberdade ao desenvolvedor. Os componentes estão divididos em duas partes:
· a4j: controles e componentes AJAX da biblioteca. Servem para submeter dados de forma assíncrona e controlar o comportamento da página em requisições desse tipo. Exemplos: a4j:commandButton, a4j:commandLink, a4j:ajax, etc.;
· rich: componentes visuais autônomos da biblioteca com suporte nativo a AJAX. Destinados a exibir dados na tela, receber entrada de dados através do teclado, organizar informações em painéis, menus, entre outros. Exemplos: rich:calendar, rich:editor, rich:orderingList, rich:panel.
Uma característica importante da biblioteca é que seus controles AJAX podem ser utilizados com componentes nativos do JSF, dando maior liberdade ao desenvolvedor. O exemplo da Listagem 1 ilustra a atualização via AJAX de um campo outputText à medida que o usuário digita o valor em um campo inputText, sendo ambos nativos do JSF.
Listagem 1. Código com exemplo de uso de controle AJAX do RichFaces em componente nativo do JSF.
<h:inputText value="#{usuarioBean.nome}">
<a4j:ajax event="keyup" render="saida" />
</h:inputText>
<h:outputText value="#{usuarioBean.nome}" id="saida" />
No que diz respeito a requisitos técnicos, a biblioteca possui três dependências externas obrigatórias que devem ser colocadas no classpath da aplicação para o correto funcionamento do ambiente. Em alguns casos, entretanto, o número de arquivos jar pode aumentar, de acordo com os recursos utilizados pelo desenvolvedor.
Entre as principais características do framework, podemos citar:
· Controle avançado de requisições AJAX baseado em fila para organização das solicitações assíncronas em telas complexas;
· Componente a4j:push com suporte a Java Message Service (JMS) para atualizações de dados no cliente disparadas através de eventos no servidor;
· Possibilita validação no lado do cliente seguindo a JSR 303 Bean Validation, evitando tráfego de rede para o servidor no caso de preenchimento incorreto de campos de formulários;
· Disponibiliza um subprojeto chamado Component Development Kit (CDK) que permite a criação de componentes baseados nos templates fornecidos pela biblioteca com total suporte a AJAX;
· Documentação de fácil compreensão detalhando a estrutura dos componentes e melhores práticas a serem seguidas;
· Página de demonstração dos componentes on-line;
· Integração com o plugin JBoss Tools para Eclipse e NetBeans;
· Facilidade para implementação de testes automatizados em componentes, actions, listeners e páginas.
PrimeFaces
O PrimeFaces é uma biblioteca de componentes RIA que surgiu em 2008 através da empresa de origem turca chamada Prime Technology, especializada em desenvolvimento ágil, treinamento e consultoria Java EE. O framework foi criado pelo consultor Ҫağatay Ҫivici, membro do JavaServer Faces Expert Group e do projeto Apache MyFaces e autor/revisor de vários livros envolvendo desenvolvimento Java Web e JSF.
O projeto tem o código aberto, encontra-se na versão 3.4.1 e a comunidade é bastante ativa, sugerindo constantemente possíveis melhorias, reportando bugs e fornecendo pequenos patches de correção, quando aplicáveis.
Atualmente, a biblioteca conta com um plano de suporte denominado PrimeFaces Pro que oferece alguns diferenciais, como o acesso a uma área com conteúdo exclusivo (http://pro.primefaces.org), resposta a dúvidas ou bugs em no máximo 24 horas, participação em conferências de discussão, conexão remota à máquina do desenvolvedor, entre outros.
O framework possui, além do tradicional ambiente desktop, um kit voltado para dispositivos móveis chamado PrimeFaces Mobile, que se encontra na versão 0.9.3.
Visão Geral
O PrimeFaces faz uso do jQuery e a manipulação de eventos AJAX é baseada na API do JSF 2 para requisições assíncronas. Além disso, não é preciso declarar um ...
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