Ao acessar o site oficial do Grails , somos recebidos com o slogan: “a busca acabou”. Obviamente, a validade desta afirmação depende do nível de comodismo de cada um, mas após experimentar este framework, fica nítida que a maneira com a qual estamos acostumados a desenvolver aplicações web (principalmente para aqueles que desenvolvem na plataforma Java) é muito menos produtiva do que imaginávamos.

O Grails é um framework para desenvolvimento de aplicações web baseado na linguagem Groovy que, como o próprio nome já entrega, é profundamente influenciado pelo Ruby on Rails. De fato, o nome inicial do framework era Groovy on Rails, mas teve de ser trocado a pedido de David Heinemeier Hansson (o criador do Ruby on Rails).

Por ser baseado em Groovy, o Grails se mostra uma opção extremamente viável para desenvolvedores que trabalhem com a plataforma Java, pois a sintaxe do Groovy é bastante semelhante à da linguagem Java. Isto sem mencionar o fato de que aplicações baseadas no Grails são executadas em uma JVM tradicional. Como conseqüência, tem-se o reaproveitamento total de código legado, além da possibilidade de se continuar trabalhando com as bibliotecas e frameworks de qualidade já comprovada.

Tal como o framework no qual é inspirado, o Grails baseia-se no conceito de convenção ao invés de configuração e DRY (Don´t repeat yourself). De fato, é possível desenvolver uma aplicação baseada em Grails sem ter de alterar um único arquivo de configuração, o que normalmente não é o caso com a maior parte dos frameworks para o desenvolvimento de aplicações web com os quais já estamos acostumados a trabalhar na plataforma Java.

Outra característica bastante interessante no Grails consiste no fato dele ser um ambiente de desenvolvimento completo. Depois de instalado, todas as bibliotecas e ferramentas necessárias para começar a trabalhar já estarão disponíveis ao desenvolvedor. Nem sequer um servidor de aplicações será necessário, uma vez que o Grails já vem com o Jetty instalado e configurado.

O objetivo deste artigo é fazer uma breve introdução aos conceitos básicos e ao funcionamento deste framework que, acredito, juntamente com o Ruby on Rails e uma série de outros frameworks com mesma inspiração, poderá melhorar o modo com o qual até então estávamos habituados a desenvolver aplicações para a web.

Integração

Por trás do funcionamento do Grails estão frameworks e bibliotecas que já são conhecidos por aqueles que já trabalham com a plataforma Java: Spring, Hibernate, HSQLDB, Jetty, XStream, SiteMesh, Xalan e alguns dos componentes do Apache Commons.

Todas estas tecnologias já têm eficácia comprovada e realmente aumentam a produtividade do desenvolvedor. No entanto, muitas vezes vemos este ganho em produtividade desaparecer no tempo gasto na integração das mesmas, além das atividades de configuração. O Grails minimiza este problema ao fornecer todas estas tecnologias pré-configuradas e integradas.

Aplicação de exemplo

Nada melhor para se conhecer um novo framework do que vê-lo na prática. Em nosso exemplo, criaremos um gerenciador de bookmarks simples. Este organizará os links em categorias e permitirá ao usuário incluir comentários em cada um dos links cadastrados.

Instalando o Grails

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