Softwares para gerenciamento de projetos
De que trata o artigo:
Este artigo apresenta o que são softwares para apoiar o Gerenciamento de Projetos, as suas funcionalidades e uma abordagem dos principais sistemas existentes no mercado, destacando o que pode ser evoluído para abraçar o gerenciamento de projetos colaborativos e o desenvolvimento ágil.
Para que serve:
Este artigo serve para conhecer algumas das principais ferramentas para gerenciamento de projetos. Dessa forma será possível escolher a mais adequada para o seu trabalho.
Em que situação o tema é útil:
No momento de adquirir uma ferramenta, é bastante importante conhecer as funcionalidades que ela deve cobrir e o que ela trás de diferencial. A partir desse artigo o leitor conhecerá as principais ferramentas para gerenciamento de projetos colaborativos e de agilidade e poderá encontrar a que mais se adéqua a suas necessidades.
Este artigo apresenta a definição de Software para Gerenciamento de Projetos (SGP), as funcionalidades que caracterizam tais soluções e uma análise da situação atual dos principais sistemas disponíveis no mercado. Ao final, apresenta uma síntese dos principais desafios, considerando a situação atual dos SGPs segundo a literatura e os desafios apontados no artigo Desafios para o gerenciamento ágil de projetos colaborativos, segundo a literatura de métodos de gerenciamento de projetos.
Definição e funcionalidades dos softwares de gerenciamento de projetos
O gerenciamento de projetos inclui uma mistura complexa de atividades de planejamento, avaliação e tomada de decisões. As informações geradas no decorrer do projeto são fundamentais para o sucesso. Elas precisam ser coletadas, atualizadas e apresentadas de forma correta a todos os envolvidos no projeto. Para auxiliar nesse gerenciamento, tornou-se importante o uso de softwares específicos, chamados de Softwares de Gerenciamento de Projetos (SGP). O PMBOK (2004) define os SGPs como: “aplicativos de software especificamente projetados para auxiliar a equipe de gerenciamento de projetos no planejamento, monitoramento e controle do projeto, inclusive: estimativa de custos, elaboração de cronogramas, comunicação, colaboração, gerenciamento de configuração, controle de documentos, gerenciamento de registros e análise de risco.”
Um conjunto de funcionalidades típicas pode ser observado para os SGPs, tais como (ROZENFELD et al., 2005):
· Gerenciamento de Atividades: registro, visualização e organização das atividades do projeto. Envolve várias definições, tais como: de precedência, de duração, de esforço, Gráfico de Gantt e WBS (Work Breakdown Structure);
· Gerenciamento de Calendário e Agenda: organização e programação de um ou mais calendários para o projeto, recursos ou tarefas;
· Gerenciamento de Recursos: gerenciamento das pessoas e materiais necessários para o projeto. Envolve funções de análise de alocação de recursos e seu nivelamento;
· Gerenciamento de Custos: ajuda a preparação do orçamento e acompanhamento dos gastos do projeto;
· Ferramentas de Monitoramento: funções para acompanhamento do projeto, como armazenamento de linhas de base e comparações entre parâmetros de planejamento atual com os parâmetros das linhas de base, bem como análise do valor agregado;
· Gerenciamento de múltiplos projetos: funções para análise do portifólio da empresa e compartilhamento de dados entre os projetos.
Na próxima seção, é realizada a revisão de softwares, mostrando-se suas categorias, segundo a forma de distribuição.
Softwares de GP segundo a literatura
Nesta seção, procura-se mostrar um panorama geral dos SGPs disponíveis atualmente. Deve-se observar que o objetivo não é fazer um estudo exaustivo de todas as ferramentas, mas apresentar uma descrição das funcionalidades dos SGPs encontrados no mercado, segundo informações da literatura.
Os SGPs podem ser classificados em três grandes categorias, segundo a forma de comercialização:
· Código Fechado: são os softwares distribuídos com o código inacessível ao usuário final. Segundo a Wikipedia (2008), o que caracteriza este tipo de software é que ele não é distribuído com seu código fonte e, para alterá-lo, seria necessário utilizar a prática da engenharia reversa, o que costuma ser dificultado seja pelo uso de licenças, seja pela distribuição apenas de arquivos compilados e ou outros mecanismos de segurança como Hard-Keys. Em sua maioria, os softwares utilizam licenças de comercialização tradicionais, isto é, por meio da compra do código por pacote, número de usuários ou acesso. A Licença Comercial pode reservar também direitos de uso, tais como suporte, atualização periódica e acesso à documentação e outros materiais. Outro modelo de software que se encaixa na categoria de código fechado é o denominado “freeware”, que também não apresenta o código fonte, apesar de sua utilização não implicar o pagamento de licenças de uso;
· Código Aberto: São softwares onde o código-fonte está disponível para ser lido, estudado ou modificado por qualquer pessoa interessada. Os softwares desta categoria são chamados de software livre e o código-fonte aberto é a principal característica desses (REIS, 2003). Um software livre também concede as seguintes quatro liberdades: a liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº. 0); a liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº. 1); a liberdade de redistribuir cópias de modo que se possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº. 2) e a liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº. 3). As licenças de software livre permitem que eles sejam comercializados. Na prática, já que é possível copiar o código de qualquer pessoa que já o tenha, o preço que o usuário paga por um software livre tende a ser baixo o suficiente para motivar as pessoas a comprarem e não o copiarem. (REIS, 2003);
· Modelos Científicos: são protótipos de softwares propostos em estudos acadêmicos, que testam novos conceitos e funcionalidades. Esses modelos visam avanços científicos, solucionando os problemas apresentados nos sistemas de código fechado e/ou aberto, apresentados pelas necessidades do mercado ou para viabilizar prova de conceito de alguma teoria. A principal característica é que a ferramenta está em estudo, em fase de prototipação ou validação, não sendo acessível ao mercado.
A seguir, apresentam-se as análises realizadas, a partir de documentos, nos dois primeiros tipos: softwares comerciais para gerenciamento de projetos e softwares livres.
No caso dos modelos científicos, não foi identificada nenhuma revisão bibliográfica exaustiva. Há apenas artigos que realizam revisões limitadas como os de Voropajev e Schinberg (1992), Nicolo (1993), Li et al. (2001), Ren et al. (2006) e Liu et al. (2005). Portanto, não vamos realizar uma revisão específica desses tipos de software.
Em uma avaliação dos softwares comerciais de Gerenciamento de Projetos de alta representatividade no mercado, realizada pelo Gartner Group (2007), pôde-se observar alguns aspectos das funcionalidades disponíveis. Foi desenvolvido um quadrante de classificação dos softwares (Quadrante Mágico), com dois eixos: habilidades para executar e abrangência da visão. O eixo “Habilidade para Executar” refere-se ao desenvolvimento e desempenho do fornecedor de software (vendor) e incluiu os critérios: lucratividade, nível e crescimento dos rendimentos da empresa; equipe de gerenciamento do vendor; integridade; aprofundamento (detalhamento) das funcionalidades das ferramentas de aplicação; serviço e suporte; vendas e marketing. Já o eixo “Abrangência da Visão” inclui critérios relacionados às funcionalidades dos ...