Windows Phone: Persistindo dados com as classes IsolatedStorageSettings e IsolatedStorageFile

O processo de persistir informações é crucial em qualquer aplicação. As plataformas mobile sempre estiveram atentas a isso, mas, logicamente, no início o desenvolvedor não tinha tanta facilidade para trabalhar com esta feature comum em qualquer software.

Felizmente, o extenso uso de smartphones e o crescimento assombroso no uso de aplicativos exigiu a modernização dos mesmos e, de uso de procedimentos mais velozes para atender esta nova demanda. O modelo de persistência de registros, de trabalho braçal com bytes, não era algo trivial na plataforma Java ME, por exemplo.

Hoje em dia, o trio Windows Phone, iOS e Android dominam o mercado de dispositivos móveis, com larga vantagem sobre os demais. E para alegria dos desenvolvedores, um padrão de persistência estabeleceu-se entre eles. Em todas eles existe a possibilidade de persistir pares de chave-valor e, para estruturas de dados mais complexas, o SQLite se firmou como escolha. Aliás, diga-se de passagem, é a única escolha possível de banco de dados relacional em todas elas.

Na plataforma Windows Phone, desde suas primeiras versões, a persistência de dados por parte de uma aplicação é feita pela IsolatedStorage, que pode ser para pares de chave-valor, arquivos e pastas. Para uso de SQL existe o LINQ to SQL. Veja a Figura 1.

Figura 1. Isolated Storage e seus usos.

Nos dois primeiros casos o entendimento costuma ser mais fácil, isso porque é utilizado em casos mais simples, para armazenamento de dados como recorde de um jogo, data da última atualização ou acesso, quantidade de vida e fase de jogos antes do mesmo estar em estado de pausa, e assim por diante.

No LINQ to SQL o detalhe fica por conta do uso de um contexto de dados, que limita o uso de consultas e chamadas SQL puras, aliás, o uso de SQL pode ser simplesmente abolido de uma aplicação Windows Phone. Inicialmente o LINQ to SQL pode assustar um pouco, principalmente desenvolvedores vindos de outras plataformas.

Para solidificar os conceitos apresentados neste artigo serão desenvolvidas duas aplicações. Uma delas serve apenas para persistir anotações e mostra o uso de IsolatedStorageSettings e IsolatedStorageFile.

Já a segunda aplicação armazena em uma base de dados relacional os livros que já foram lidos pelo usuário. Apesar de trabalhar com uma tabela extremamente simples, apenas com uma coluna, traz o conhecimento para que o usuário consiga trabalhar com uma quantidade de dados muito maior.

Isolated Storage – A aplicação

Como dito anteriormente, uma das formas de persistência é o Isolated Storage, utilizado para persistir pares de chave-valor ou arquivos e pastas. Dependendo da estrutura dos dados a serem salvos e recuperados, esta é uma abordagem perfeita, pois não requer a construção de tabelas e colunas, como no LINQ to SQL, sendo mais rápido e prático.

Para consolidar estes conhecimentos será criada uma aplicação que funcionará como uma agenda pessoal. Será persistida a informação da última atualização bem como o conteúdo textual da agenda. No primeiro caso, optou-se pela utilização de par chave-valor e, no segundo, a criação de uma pasta e arquivo.

O aplicativo será composto somente de uma tela, mostrada na Figura 2.

Figura 2. Aplicativo exemplo de Isolated Storage para pares chave-valor e arquivos/pastas.

Quando a aplicação é iniciada, o código verifica qual o valor armazenado no par referente à última atualização, assim como, verifica se já existe uma pasta e arquivo específicos. Se já existem, o conteúdo é lido e o TextBox é populado, caso contrário apenas é criada a referida pasta e arquivo.

O botão Salvar recupera o conteúdo armazenado na caixa de texto e armazena no arquivo da aplicação. Além disso, altera o valor da última atualização que está persistido."