Web Services RESTful: Crie serviços Java com Jersey e JSON

Conheça a implementação de referência para web services RESTful e veja neste artigo como utilizar uma ferramenta que facilita a leitura de dados JSON - crie Web Services, de forma rápida e prática.

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Cenário
A ideia de serviços web já está incorporada em sites há tempos. Qual o melhor caminho atualmente para a criação de Web Services? Conheça a implementação de referência para web services RESTful e veja neste artigo como utilizar uma ferramenta que facilita a leitura de dados JSON - crie Web Services, de forma rápida e prática.

Em que situação o tema é útil
Os desenvolvedores que desejarem uma aplicação baseada em web services REST encontrarão neste artigo um guia fácil para construir uma camada de serviços usando objetos JSON como retorno, além de serem capazes de fazer o trabalho de transformação em objetos Java de forma transparente, em uma plataforma como o Android.

No final de 2008, foi liberada a versão final da JSR-311. Seu objetivo foi definir uma API padrão para a criação de serviços REST, propostos por Roy Fielding em sua dissertação. No entanto, para implementar de forma correta um serviço REST, seria necessário resolver muitas questões low-level, como ter que lidar com Servlets e Requests manualmente. Para sanar isso, surge o Jersey, a implementação de referência da JSR-311. Seu uso facilita em muito o trabalho do desenvolvedor, permitindo trabalhar com uma interface de mais alto nível, não tendo que lidar com as complexidades do REST ou de alternativas como serviços baseados em SOAP.

As interfaces REST têm se mostrado cada vez mais populares com o aumento da disponibilidade de produtos baseados em SaaS (Software as a Service), onde a interoperabilidade é crucial. Além disso, com a evolução do HTML5 e o crescimento das plataformas móveis, formatos interoperáveis de transporte de dados como JSON e XML facilitam a portabilidade de aplicações para esse ecossistema diverso.

Além do uso de interfaces REST, outro mecanismo que permite uma maior interoperabilidade é o uso do formato JSON. Originalmente criado para JavaScript, JSON tem a vantagem de ser de simples estrutura e de fácil compreensão. Ao contrário do XML, não é restrito por schemas ou DTDs, o que pode ser uma vantagem, devido à simplicidade e flexibilidade.

Referência na construção de serviços REST, o Jersey permite a geração de diversos tipos de conteúdo como retorno, inclusive XML, usando Annotations no formato JAXB. Em nossos exemplos, aproveitaremos o seu suporte a POJOs no formato JSON usando a biblioteca Jackson, um processador de JSON de alta performance.

Deste modo é possível utilizar os serviços REST de maneira que se transitem dados no formato JSON de forma quase que transparente. Assim, é simplificado o esforço para desenvolver programas que acessem estes serviços. Neste artigo, mostramos como acessar esses serviços numa plataforma móvel Android que, sendo em Java, também tem seu trabalho de de-serialização de JSON em objetos facilitado, usando a mesma biblioteca Jackson no cliente.

Para implementar um serviço REST com o Jersey é necessário o uso de um container web. Pode-se utilizar até mesmo um servidor embedded como o Grizzly ou então um servidor mais completo como o Tomcat e o GlassFish. Este artigo não entra nesses detalhes, mas basta que seja feito o deploy como uma aplicação web como outra qualquer, como por exemplo, exportando um arquivo WAR ou copiando diretamente as classes e recursos para o servidor de sua preferência.

Estrutura do exemplo

Nesse artigo, utilizaremos dois projetos Java para exemplificar como fazer tanto o lado servidor quanto o lado cliente de uma aplicação baseada em REST e JSON. Nestes exemplos, definiremos serviços para o controle de alunos e notas, de forma bem simples, e ignorando algumas partes que seriam necessárias num sistema real, como um banco de dados, autenticação, etc. Ver Figura 1.

No lado Servidor, usaremos uma aplicação web simples, com uma estrutura composta por um arquivo web.xml para definir o mapeamento REST. Além disso, teremos algumas classes Java, como a classe “provedora” do serviço REST (AlunosProvider), definindo os métodos a serem suportados, além de um pacote com suas entidades (Alunos) e uma versão simples de um DAO (AlunosDAO).

No lado Cliente, implementado em Android, teremos também uma estrutura compacta. Neste projeto, usaremos uma classe atividade (ou seja, que estenda Activity) para o programa em si (Jsr311Client), uma classe utilitária com os métodos de acesso à interface REST (RestClient), além da classe entidade equivalente à usada no servidor (Aluno). As interfaces gráficas estão definidas em seus arquivos de layout XML, como é de praxe no Android.

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