Use Case Point: Estimativas de Projeto – Parte 1

Este trabalho mostra como a aplicação de medidas se torna uma importante ferramenta de apoio a decisão no planejamento de projetos de software usando a técnica Use Case Point e consideração de seus resultados aplicados no estudo de caso.

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Um grande desafio dos Gestores de Projetos de Software tem sido a estimativa de prazo, custo, e esforço adequados durante o ciclo de vida do software, desde o planejamento até o produto final.

Este trabalho mostra como a aplicação de medidas se torna uma importante ferramenta de apoio a decisão no planejamento de projetos de software, permitindo ao líder responsável a adequação dos elementos necessários para a entrega do produto ou serviço com qualidade, usando a técnica Use Case Point e consideração de seus resultados aplicados no estudo de caso de uma fábrica de software.

As empresas que concorrem no mercado de software buscam constantemente aperfeiçoar a qualidade dos seus serviços prestados, a fim de obter diferencial competitivo e fidelidade do cliente.

Uma das maiores preocupações dessa indústria tem sido a previsibilidade de projetos, onde apenas 34% dos projetos de software atingem seus objetivos dentro do cronograma e orçamento planejados.

Decisões que são tomadas com bases empíricas conduzem o projeto a dados de prazo e custo inconsistentes. O Standish Group destaca que 43% dos erros localizados em um projeto estão relacionados ao fator custo.

Dessa forma, as consequências imediatas de um processo de software sem planejamento das estimativas são a falta de controle adequado de custo e cronograma e a inadequação dos mesmos no ciclo de vida do projeto.

Diante dos problemas apresentados, é desejável que a empresa possua o conhecimento sobre as técnicas de estimativa para o projeto em questão, assim como é fundamental que haja uma base de dados a respeito de projetos anteriores e que possibilitem o seu aproveitamento, pois dessa forma o gerente estará capacitado a planejar o produto a ser desenvolvido baseando-se em informações concisas e realistas.

Gestores que tomam decisões com bases empíricas tendem a estimar prazos fictícios, na maior parte dos casos, a favor do cliente, uma vez que são pressionados por um mercado competitivo onde o menor custo e prazo são determinantes para a escolha do fornecedor de software.

Consequentemente, a ausência de tempo necessário para as etapas do ciclo de vida do projeto levam as equipes a reduzir o esforço; em alguns casos, excluem atividades consideradas menos importantes (análise e testes, em geral, são deixados de lado, e a prioridade é dada para a codificação).

Dessa forma, o produto, ao passar por uma auditoria de qualidade, retorna às mãos de seus desenvolvedores, gerando o retrabalho e a necessidade de um prazo maior para entrega, não antes estipulado. Com isso, o custo também é ampliado, gerando outros problemas como a insatisfação do cliente.

A adaptação do processo de software ao cronograma e custo previamente estimados reduz a possibilidade de erros no produto, considerando que ele será produzido dentro do tempo necessário para as atividades propostas. Os integrantes da equipe conhecerão as suas atribuições claramente, uma vez que trabalharão no prazo acordado para a realização das etapas de desenvolvimento.

Neste contexto, o objetivo desta série de artigos é apresentar a técnica adequada para as estimativas de custo, esforço e prazo necessários em uma organização cuja finalidade seja a produção de software.

Medidas de software

A medição de software pode ser considerada um fator crucial para concretizar a gestão das melhorias de processo, pois é a base para se manter o controle do mesmo, além de ser tratado como indicador de desempenho de software.

As medições que tratam de tamanho associado ao custo, prazo e esforço em processo de desenvolvimento de software são considerados fatores primordiais de sucesso em gerenciamento de projetos.

As estimativas documentadas constituem a base para a elaboração de um plano do projeto de software. As estimativas de tamanho de projetos de software devem ser utilizadas para a derivação das estimativas de custo, esforço e cronograma, conforme as diretrizes do CMMI.

As medições que se referem ao tamanho, prazo e esforço são denominadas operacionais, pois estão diretamente associadas às estimativas do processo; as demais estimativas recebem da operacional os recursos necessários para outras medições, conforme segue:

  • Medições Estratégicas: são medições de comparação com os padrões de qualidade e em relação às demais empresas de tecnologia, assim como o diagnóstico do custo do software e seus componentes associados;
  • Medições Táticas: são medições responsáveis por dar suporte à gestão do ambiente de software e analisar as tendências desse ambiente em relação à qualidade, custo, produtividade das pessoas e processos, além dos impactos causados pelas inovações tecnológicas.

Quando se fala a respeito de medições, é importante distinguir esse termo de medida e métrica, embora ambos estejam intimamente ligados com o primeiro.

A medida em engenharia de software pode ser entendida como um indicador quantitativo de um atributo, enquanto que a medição é o ato de determinar a medida, e a métrica é a quantidade de medidas individuais de um atributo ou processo de desenvolvimento.

Com isso, entende-se que a medida de software possa mensurar extensão, capacidade, ou qualquer outro fator quantitativo que esteja relacionado a uma característica ou propriedade envolvida. Através da medição são descritas as medidas necessárias para se obter os valores e resultados.

O conjunto de medidas obtido conduz às métricas, permitindo a extração de dados que, aliados a um indicador, permitem a análise conjunta do universo de pesquisa. O indicador é o valor ou o agrupamento de valores de referência que, quando comparado com as métricas, permite analisar se estas estão ou não ajustadas com o valor esperado."

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