Profiler no Visual Studio 2012 para encontrar os problemas
Neste artigo veremos como utilizar o Profiler no Visual Studio 2012, quais são as categorias de dados que ele disponibiliza e como analisar os seus resultados.
Recursos especiais neste artigo:
Conteúdo sobre boas práticas.
Profiling de aplicações é um conjunto de técnicas e ferramentas que nos ajudam a compreender e diagnosticar diversos aspectos de nossas aplicações através da coleta de dados da execução do mesmo. Neste artigo veremos como utilizar o Profiler no Visual Studio 2012, quais são as categorias de dados que ele disponibiliza e como analisar os seus resultados. Durante o artigo, iremos identificar um problema de desempenho de uma aplicação de exemplo com a ajuda dessa ferramenta.
Em que situação o tema é útil
Este tema é útil quando nossas aplicações não funcionam com o
desempenho desejado e não há sinais claros da causa do problema, nos auxiliando
com a geração de dados e indícios importantes para a análise e solução destes
problemas.
Um dos maiores benefícios que a Tecnologia da Informação traz para as pessoas é a agilidade em executar processos que manualmente levariam muito tempo. Essa é uma premissa que cada vez mais exigida, dado à competitividade que existe hoje. Bancos, seguradoras, fábricas e vários outros seguimentos buscam um diferencial para se destacar dentro do seu mercado de atuação e por consequência, os softwares precisam acompanhar este movimento.
Mesmo que uma aplicação funcione corretamente, faça os cálculos corretos e gere os devidos relatórios, não é aceitável que demore em disponibilizar seus resultados. É por isso que desempenho torna-se um requisito técnico que deve sempre andar junto às funcionalidades desenvolvidas.
O Visual Studio, desde sua versão 2005, disponibiliza ferramentas que auxiliam na identificação de problemas de desempenho, apelidados como “gargalos”. A ideia em se utilizar o Profiler é bem simples: Dentro do Visual Studio, iniciamos uma sessão de desempenho (Performance Session). Essa sessão acompanha a execução da aplicação que desejamos analisar, e quando finalizada, um arquivo contendo os dados colhidos durante o processo é disponibilizado. Podemos então visualizar os dados desse arquivo em diversos relatórios disponíveis na IDE do Visual Studio, cada um focando em determinado aspecto para assessorar a nossa análise. Além disso, a ferramenta permite que seja feita uma comparação entre o resultado de duas sessões de desempenho, permitindo verificarmos o ganho real feito entre uma versão de código com problemas de desempenho e outra que foi otimizada. É isso que iremos ver neste artigo!
Tipos de profiling
O conceito de profiling envolve a coleta e análise de dados de uma aplicação visando identificar problemas. O Profiler do Visual Studio 2012 disponibiliza quatro tipos de análise.
O primeiro tipo é amostragem (sampling), indicado para analisar em qual parte do código ocorre um alto uso de CPU. Funciona da seguinte maneira: em determinados intervalos de tempo (o padrão é uma amostra a cada 10 milhões de ciclos da CPU), o Profiler interrompe a execução do processamento da máquina e analisa o código que está sendo executado no momento. Caso ele não seja da aplicação que estamos analisando, os dados coletados dessa pilha de execução são descartados. Entretanto, se o código em execução for parte da aplicação em análise, o Profiler adiciona essas informações recuperadas na lista de amostras. É importante notar que esta característica faz com que essa coleta de dados prejudique o mínimo possível a execução do sistema em análise.
O segundo tipo é a instrumentação (instrumentation), também útil para a análise de uso de CPU. Entretanto, provê bem mais detalhes que a amostragem, pois considera cada chamada de método que ocorre na execução do código da aplicação. Com isso, podemos saber quantas vezes determinada função foi executada e qual foi o tempo gasto apenas com ela. Com isso, fica fácil descobrir quais são os métodos “vilões” no seu código e dar maior atenção a eles, de maneira que sejam reescritos de forma otimizada. O segredo da instrumentação está na alteração do código da sua aplicação que está sendo analisada pelo Profiler. Em cada método que existe no seu código é incluída uma chamada que marca quando a sua execução começou e quando terminou (o Profiler altera a DLL resultante da compilação do seu código). Com isso, é possível fazer contagem de quantas vezes um método foi chamado e durante quanto tempo na sua aplicação esta função ficou executando.
Enquanto temos a vantagem de dados mais detalhados que a amostragem, a instrumentação onera em muito o desempenho da aplicação. Por isso, é mais indicada para ser executada em ambientes de desenvolvimento, onde não há grande impacto na demora e maior consumo de recursos computacionais.
Um terceiro tipo de profiling é a análise de memória. Às vezes, sua aplicação pode estar executando em um tempo aceitável, entretanto, tem um alto uso de memória, muitas vezes levando a um problema de estouro da mesma (OutOfMemoryException). O sintoma geral pode ser constatado utilizando o Monitor de Desempenho do Windows (Performance Monitor, ou perfmon). A Figura 1 mostra um exemplo de aplicação cujo consumo de memória é crescente, indicando que objetos estão sendo alocados em memória, mas não estão sendo limpos; uma vez que o correto seria um gráfico do tipo “montanha-russa”: quando ele chega num nível alto, há uma queda brusca, indicando que o .NET (Garbage Collector) efetuou uma coleta de objetos que não estão mais sendo utilizados. Para se chegar mais perto de onde está ocorrendo o problema de uso excessivo de memória, a análise do Profiler nos permite identificar quais são os métodos que mais alocam memória.
Figura 1. Gráficos com comportamentos diferentes de acordo com o uso de memória
Esta análise de memória é feita de forma similar à amostragem, ou seja, não há alteração de código, mas sim a coleta de dados do processo de tempos em tempos. Portanto, não é tão invasiva quanto ao modo usado pela instrumentação.
A última forma disponível para efetuar o profiling de aplicações .NET dentro do Visual Studio é a análise de concorrência. Com ela, é possível descobrir o comportamento da sua aplicação em relação ao processamento paralelo que eventualmente faz, permitindo encontrar problemas de sincronização (duas tarefas acessando dados de um mesmo objeto, ao mesmo tempo) e contenção (quando um objeto está esperando um recurso comum ser liberado).
A mensuração de desempenho de código ou memória não é a única indicação do uso de um profiler. Podemos utilizá-lo também para simular objetos de testes, e é isso exatamente que é feito no Fakes e na sua versão anterior, o Moles, frameworks de testes criados pela Microsoft.
Criando uma sessão do Profiler
Para poder rodar o Profiler é necessário criar uma sessão de desempenho (Performance Session). Isso é feito através do menu “Analyse”, conforme podemos ver na Figura 2. Existem algumas opções para essa criação, todas com o mesmo resultado final, mas com alguns passos a mais ou a menos. São eles:
“Start Performance Analysis” – Inicia o Profiler no modo de amostragem para o projeto padrão da solução no Visual Studio. Tão logo a aplicação entre em execução, o Profiler já estará coletando os dados.
· “Start Performance Analysis Paused” – Similar à opção anterior, porém aguarda o seu comando para começar a processar os dados amostrais.
· “Launch Performance Wizard...” – Exibe a tela da Figura 3 permitindo que você escolha o tipo de análise que será feita, quais projetos serão considerados no processo, dentre outros.
· “Profiler à New Profiler Session” – esta opção permite criar uma sessão de profiling do zero, onde você pode especificar cada detalhe antes da sua execução. Iremos utilizar essa opção exatamente para demonstrar alguns conceitos importantes.
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