O processo de medição de software

Este artigo aborda os principais conceitos do PSM (Practical Software Measurement) aplicados na prática de maneira que torne fácil a adoção do método.

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Este artigo visa guiar o leitor na aplicação do uso de métricas no seu processo de desenvolvimento de uma maneira estruturada e organizada, garantindo a integridade e eficiência da definição de indicadores e métricas, assim como da coleta, armazenamento, recuperação e apresentação das informações necessárias para medir seu processo. O artigo aborda os principais conceitos do PSM (Practical Software Measurement) na prática a fim de tornar mais fácil a adoção do método.

Medir o processo de software é considerado um fator crítico de sucesso para as empresas mais bem-sucedidas. Capers Jones lista sete características das empresas mais bem-sucedidas em manter o desenvolvimento de software sob controle:

  1. Elas medem a produtividade e qualidade do software de maneira precisa;
  2. Elas planejam e estimam o software de maneira precisa;
  3. Elas possuem pessoal técnico e de gestão competentes;
  4. Elas possuem boa organização estrutural;
  5. Elas possuem ferramentas e metodologias de software eficientes;
  6. Elas possuem ambiente de escritório adequado;
  7. Elas possuem a capacidade de fazer uso da reutilização em seus processos de desenvolvimento.

Repare que medir e estimar estão entre as primeiras das sete características por serem as mais importantes e por influenciarem no sucesso das demais. Entender a importância de métricas e do processo de medição dentro do processo de desenvolvimento de software é mais que fundamental para se ter visibilidade, planejamento e, principalmente, controle.

Não importa o grau de formalidade ou complexidade do seu processo, ele gera números. Mas quão rápido você consegue obter esses números? Se hoje seu diretor, gerente ou coordenador lhe questiona sobre o andamento de uma tarefa, o quão rapidamente você conseguiria responder? E se for questionado sobre a qualidade do trabalho? Como podemos responder a essa pergunta sem métricas ou indicadores objetivos? Como podemos confiar na informação que temos? Onde obtê-las? Existe algum software para isso? Será que ele pode me ajudar com o que precisamos?

As respostas para essas perguntas são basicamente os objetivos do processo de medição. Além de poder responder as questões de forma mais clara, também conseguimos nos antecipar na resolução de problemas e até predizer resultados baseando-nos em dados históricos.

O que é um processo de medição?

Um processo de medição é o conjunto de atividades repetitivas aplicadas a um processo existente com o objetivo de extrair métricas e indicadores a partir dos resultados obtidos dos processos medidos.

Basicamente, a medição pode ser um conjunto de atividades de um processo existente ou ser um processo mais amplo que envolve medir outras atividades. Seu objetivo principal é prover informação relevante e confiável para permitir o gerenciamento do processo alvo.

Características do processo de medição

Um processo de medição deve buscar atender a todos os itens a seguir para se tornar eficiente e eficaz.

Melhorar a rapidez na obtenção de métricas e indicadores do processo medido

O processo de medição deve promover um aumento na velocidade que levamos para recuperar, analisar e demonstrar os resultados das medições. O processo de coleta e medição manual ou através de planilhas de dados leva muito tempo.

A maior dificuldade dos gestores é obter de sua equipe todos os dados já com as devidas correções e consolidados em um único repositório. Geralmente, perde-se muito tempo criando gráficos de maneira ainda muito arcaica e artesanal. O grande motivador desse problema é a ausência de um processo de gestão que produza os resultados já preparados para a medição e apresentação, juntamente com a ausência de ferramental apropriado para essa tarefa. É altamente recomendável que se utilize softwares de gestão que acelerem e facilitem a gestão a obter as informações em tempo hábil.

Garantir a confiabilidade dos resultados obtidos

É impossível gerenciar com dados nos quais não se pode confiar. Para garantir a confiabilidade, o processo de medição deve prever etapas de verificação e validação dos dados obtidos de forma a tentar eliminar possíveis distorções resultantes de dados “poluídos”, ou seja, dados inválidos que possam ter sido produzidos por erro ou por falta de validação na entrada.

A verificação pode ser realizada no acompanhamento do processo, tentando investigar quais etapas podem estar produzindo dados inválidos. Já a validação é realizada comparando os resultados obtidos com os resultados esperados ou dados históricos para identificar se houve discrepâncias. Na validação é possível, por exemplo, verificar se um resultado produzido e obtido sob as mesmas condições anteriores está produzindo os mesmos valores. Um erro ao registrar uma informação pode gerar uma grande imprecisão nos resultados da medição.

Garantir que a coleta dos dados seja obtida da maneira mais direta possível

A coleta é a tarefa de obter todos os dados necessários para a medição do processo. Ela pode ser realizada de maneira manual e indireta, ou seja, com a intervenção do usuário do processo, ou de maneira automática e direta, através de ferramentas nas quais os dados são colhidos diretamente da execução do processo.

Como já sabemos, a manipulação das informações pode gerar dados incorretos e resultados pouco confiáveis. Portanto, um processo de medição deve reduzir ao máximo esse tipo de situação. Idealmente, durante a execução do processo medido, as equipes reportam todos os progressos, status e demais informações relevantes à medição direta na ferramenta que utiliza para realizar as tarefas. Dessa forma, as ferramentas de apoio à gestão têm como validar, armazenar, calcular e produzir os gráficos, tabelas e painéis com a menor intervenção possível." [...] continue lendo...

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