Introdução a linguagem SQL
Neste artigo veremos uma introdução ao SQL, que é uma linguagem padrão para uso em banco de dados relacionais.
SQL (Structured Query Language) é a linguagem padrão em sistemas de gerenciadores de bancos de dados relacionais. É por meio dela que criamos tabelas, colunas, índices, garantimos e removemos privilégios a usuários e, principalmente, consultamos os dados armazenados em tabelas.
Guia do artigo:
Trata-se de uma linguagem de consulta e de grande importância para desenvolvedores, pois é com ela que podemos nos comunicar com os bancos de dados utilizados pelas aplicações.
Como utilizar o SQL?
O primeiro passo para aprender SQL é entender que essa se trata de uma linguagem declarativa, com a qual nos preocupamos menos em como as coisas são feitas e nosso trabalho passa a ser informar o que queremos fazer combinando um conjunto de comandos disponibilizado por ela. Os comandos da linguagem SQL são divididos em conjuntos e essa separação é feita de acordo com o que cada comando faz. Comandos que fazem atividades similares são agrupados no mesmo conjunto.
Vejamos a seguir quais são esses conjuntos com exemplos que apresentam os seus comandos mais utilizados.
- DDL - Data Definition Language - Conjunto de comandos que lidam com os objetos, criando bancos de dados, esquemas, tabelas, campos, etc. Dentre os mais utilizados temos CREATE, ALTER e DROP. Exemplo:
CREATE TABLE produto -- Criação da tabela produto
- DML - Data
Manipulation Language - Os comandos aqui lidam com os dados. Alguns muito comuns são INSERT, UPDATE e DELETE. Exemplo:
INSERT INTO produto (nome, valor) VALUES (‘geladeira’,’1200’) -- Inserção de valores na tabela produto
- DQL - Data
Query Language - Linguagem de consulta de dados conta com o conjunto da
instrução utilizada para a obtenção dos registros dos bancos de dados. Exemplo:
SELECT nome, valor FROM produto -- Recupera valores da tabela produto
Aqui vale destacar que algumas literaturas colocam o SELECT como integrante do grupo DML, já que a sua função nesse grupo seria de recuperação de dados.
Outros conjuntos mais específicos são:
- DTL - Data
Transaction Language - Linguagem de transação de dados que conta com o conjunto
de instruções usadas para gerenciar as transações que ocorrem dentro do banco
de dados. Exemplo:
BEGIN TRAN -- Inicia uma transação
- DCL - Data
Control Language - Linguagem de controle de dados possui o conjunto das
instruções usadas para controlar o acesso
e gerenciar permissões de usuários no banco de dados. Exemplo:
GRANT CREATE TABLE to usuario -- Concede privilégio de criar tabela a um usuário
Dentre essas subdivisões da linguagem SQL, DDL e DML/DQL contém os comandos mais utilizados. Em DDL temos comandos que cuidam dos objetos que compõem um bancos de dados, tais como o próprio banco, as tabelas e os usuários, entre outros. Em DML estão agrupados os comandos para a manipulação dos dados. Vejamos a seguir mais algumas informações sobre esses conjuntos.
DDL
Agora veremos alguns comandos do grupo DDL com exemplos de códigos. Nesse momento não é necessário se preocupar em entender completamente cada comando, pois em próximos conteúdos abordaremos cada um deles em mais detalhes.
Os principais comandos agrupados em DDL são:
- CREATE TABLE
- DROP TABLE
- ALTER TABLE
- TRUNCATE
No Código 1, podemos ver o uso do comando CREATE TABLE.
CREATE TABLE Contato (
Id int,
Nome varchar(255),
Telefone varchar(11)
);
Acima, temos a criação de uma tabela no SQL. O comando CREATE TABLE cria uma tabela, que no nosso exemplo, terá o nome Contato. A estrutura interna da tabela é inserida dentro dos parênteses, onde vamos colocar as colunas com as suas propriedades. Nesse caso criamos três colunas, cada uma com um nome e com o seu tipo.
Além da criação de tabelas, podemos também excluí-las. E isso pode ser feito com o uso do comando DROP, que vemos no Código 2.
DROP TABLE Contato
Com a execução do código acima, excluiremos a tabela Contato. O comando DROP TABLE serve para remover uma tabela existente de um banco de dados.
Uma tabela também pode ter sua estrutura alterada. Isso é feito por meio do comando ALTER TABLE. No Código 3, temos um exemplo no qual adicionamos uma coluna à tabela Contato.
ALTER TABLE Contato
Add email VARCHAR(255)
Mais um comando DDL é o comando TRUNCATE. Com ele, excluímos todos os registros de uma tabela, deixando-a do jeito como foi criada. No Código 4, temos o uso desse comando.
TRUNCATE TABLE Contato
DML/DQL
Os principais comandos agrupados em DML e DQL são:
- INSERT
- DELETE
- UPDATE
- SELECT
Podemos inserir registros numa tabela por meio do comando INSERT. Nele, informamos as colunas que queremos inserir os dados, e os valores que queremos preencher nesses campos da tabela. No Código 5 vemos como fica o uso dessa instrução:
INSERT INTO Cliente(nome, telefone)
VALUES ('Suzana', '99999-9999')
Para a exclusão de registros temos o comando DELETE, que pode ser usado em junção com a cláusula WHERE. Caso essa condição não esteja presente, todos os dados da tabela serão apagados. Veja no Código 6
DELETE FROM Cliente WHERE id = 2 -- Excluirá apenas o registro com id igual a 2
DELETE FROM Cliente -- Excluirá todos os registros
Além de excluir dados, temos casos em que será necessário atualizar valores na tabela. E para isso temos o comando UPDATE que também pode ser usado com a cláusula WHERE. Da mesma forma como acontece com o comando DELETE, se a condição não for usada, todos os dados da tabela serão atualizados.
UPDATE Cliente SET telefone = '99999-9999' WHERE id = 3
-- Atualizará o telefone do cliente com id = 3
UPDATE Cliente SET telefone = '99999-9999'
-- Atualizará o telefone de todos os cliente
Abaixo temos o uso do comando SELECT, com o qual recuperamos informações de uma tabela. No Código 8 estamos recuperando as informações nome e telefone da tabela Cliente.
SELECT nome, telefone FROM Cliente
Com o comando SELECT podemos obter os dados das tabelas que serão selecionados de acordo com a consulta que estamos fazendo. Devemos indicar neste comando a tabela que queremos recuperar os dados, se há alguma condição para os registros serem recuperados, ou se queremos limitar a quantidade de linhas para ser retornada etc. No Código 9, vemos como isso acontece na prática.
SELECT nome, telefone
FROM Cliente
WHERE nome = 'Ramon'
A instrução acima recupera dados de uma tabela com uma condição especificada. O termo SELECT é usado para informar qual o campo deve ser recuperado. Após ele, pode ser colocado um ou mais campos que se deseja obter. Em seguida temos o uso do termo FROM, com o qual indicamos de qual tabela os dados serão obtidos, tendo na sequência o nome da tabela em que faremos essa operação. Por fim, usamos o WHERE para definir uma condição para a obtenção dos dados, que no caso acima define que o campo nome seja igual a “Ramon”.
Um recurso que é usado com frequência é a junção de duas ou mais tabelas. E isso é feito por meio da instrução JOIN. No Código 10, temos um exemplo no qual pegamos dados de duas tabelas que pertencem a um registro específico. Nesse momento não se preocupe em entender a junção e todas as variações que ela pode ter, pois abordaremos o JOIN com mais detalhes em outro conteúdo:
SELECT c.nome, c.telefone, p.codigo, p.data_pedido
FROM Cliente c
JOIN Pedido p
ON c.id = p.id_cliente
WHERE c.id = 5
Nessa consulta estamos obtendo os dados das tabelas Cliente e Pedido, que recebem os apelidos c e p respectivamente. Com esses apelidos acessamos os dados das colunas dessas tabelas. Por exemplo, c.nome é uma coluna da tabela Cliente, assim como p.codigo é uma coluna da tabela Pedido. Por meio do JOIN em conjunto com o ON, trazemos os dados que desejamos no SELECT, especificando qual a coluna que é comum entre as duas tabelas. Por fim, utilizamos o WHERE especificando que a busca deve ser restrita ao id da tabela Cliente.
Conclusão
Como vimos neste artigo, a linguagem SQL tem grande importância, pois com ela acessamos e manipulamos registros dentro um banco de dados. Armazenar e manipular informações de modo que elas possam ser usadas nas aplicações são habilidades relevantes para um programador. O uso da linguagem SQL ajuda na criação de diversas soluções, desde sistemas simples até os mais complexos.
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