Elaboração do contrato com Product Backlog

O foco deste artigo será o Product Backlog. Analisaremos como ele pode ser a base para a elaboração de um contrato de desenvolvimento.

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Neste artigo iremos falar sobre o Product Backlog, que pode ser explicado como se fosse uma linha de base do escopo do produto, ou seja, são todos itens os quais compõem o produto a ser desenvolvido e entregue. Além disso também é composto por itens já finalizados (entregues). Mas, fica a dúvida de qual a melhor forma de compor este Product Backlog de maneira que fique clara a sua origem e composição e como deverá ser mantido. O contrato firmado pode servir como base para o Product Backlog. Mas, como surge um contrato e qual sua relação com o Product Backlog? Apresentaremos neste artigo uma abordagem mais prática sobre o uso do Scrum desmistificando este tema. Desta forma, vamos entender o processo que é necessário para gerá-lo de forma que sua equipe de desenvolvimento esteja afinada, tanto com a necessidade do cliente como também com a estratégia da empresa.

Quando o assunto é o Product Backlog, por muitas vezes não fica tão claro quando e como surge o Product Backlog. Outro ponto que não fica muito claro é quando o Product Backlog deve ser revisto e mantido. O Product Backlog existe para dar visibilidade do que e quando será entregue.

Os métodos Ágeis querem viabilizar a construção de um software, o qual atenda às expectativas de todos, deve ser feito através do contato direto entre a equipe de desenvolvimento e o próprio solicitante (cliente).

Em se tratando de Scrum, existem quatro elementos que possuem seus papéis e responsabilidades bem definidos: Scrum Master, Product Owner, o Time de desenvolvimento e, consequentemente, o cliente.

Scrum Master pode ser definido como o Tutor, aquele que irá ensinar e garantir que todos os envolvidos no processo de desenvolvimento de software entendam e adotem o modo ágil nas suas atividades. A atividade de treinamento será uma das principais responsabilidades do Scrum Master. Além disso, o Scrum Master também deverá proteger a equipe dos desvios resolvendo problemas que surjam, mais conhecidos como impedimentos. Seu perfil é o de Liderança Técnica e não de Gestor de Projetos. Além disso, o Scrum Master também deverá suportar a equipe de desenvolvimento e também o Product Owner, que é aquele que detém o conhecimento do Negócio, em suma, é o responsável por determinar o que deve ou não constar no Produto (Software) e, principalmente, é aquele que deverá determinar o Valor e Prioridade do que deve ser construído (desenvolvido) pela equipe de desenvolvimento. Como principal fonte de referência, o Product Owner deverá criar e manter o chamado Product Backlog (Lista de Itens do Produto).

O Product Owner pode ser interno ou externo à organização desde que seja o ponto focal perante a equipe de desenvolvimento e o Scrum Master. Um Product Owner interno à organização pode representar um grupo de usuários (clientes) da organização, mas também poderá ser o porta voz do cliente externo ou até, ser um representante do próprio cliente (externo).

Será o Product Owner o responsável por monetizar cada item do Product Backlog para que possa demonstrar o retorno do investimento realizado (ROI) a cada entrega e, mensurá-la conforme seu uso e evolução. Não obstante, o Product Owner também será o responsável em determinar o que e quando será desenvolvido para entrega do software (priorização). Além disso, deverá estar disponível para auxiliar no esclarecimento de dúvidas, participando das reuniões de definições, planejamentos e homologações das entregas.

Já a equipe de desenvolvimento (Time) são as pessoas que irão codificar (desenvolver) e testar o software (Produto). Devem possuir um perfil auto organizado e multidisciplinar, ou seja, os membros da equipe devem trabalhar juntos, organizando suas atividades, colaborando entre si e, não ficarem exclusivos à uma única atividade. É responsabilidade da equipe fazer o planejamento, orçamento, do esforço para construção do software e garantir que as entregas dos itens do Product Backlog ocorram dentro dos prazos e da qualidade esperada, conforme estabelecido pelo Product Owner.

Seria ótimo poder abordar novamente todo o contexto e a dinâmica do método Scrum porém já o fizemos em outras oportunidades aqui na Revista Engenharia de Software então, vamos focar no tema Product Backlog e Contratos. Diante do exposto anteriormente, podemos perceber que o ponto de origem das demandas de desenvolvimento a serem construídas pela equipe, quando estamos utilizando o método Scrum, são os itens do Product Backlog.

Mas, o que gera o Product Backlog? Podemos dizer que o Product Backlog é composto por um conjunto de necessidades as quais, quando implementadas em um software, agregam valor ao negócio da empresa (seja a partir de uma área funcional da empresa ou de um cliente externo).

Um artefato que é de conhecimento geral é o contrato. Contrato, segundo a definição, é o ato ou efeito de contratar; acordo feito entre duas ou mais pessoas com a obrigação de fazer ou não fazer alguma coisa. Em um contrato, além de estabelecer o que deverá ser feito, temos ainda condições como: prazo, qualidade, remuneração, penalidades e multas.

Em consequência ao artefato contrato, ao estabelecermos um escopo de um projeto, sempre devemos tomar como base o cumprimento do contrato. Na verdade, o ideal seria que o Contrato tivesse surgido tomando como base o Plano de Projeto, conforme orienta o próprio PMBoK (PMI) mas, como estamos tratando de fatos reais, nem sempre a área técnica participa da definição da oferta e da geração do contrato restando apenas a opção de se gerar o Plano do Projeto a partir do Contrato

Infelizmente, nem sempre os contratos representam a realidade das condições como prazo, recursos, viabilidade técnica. Não é raro ouvirmos estórias tais como que as condições do contrato são impossíveis de serem cumpridas, que o prazo do contrato não é compatível com nossa capacidade, este item estava fora do escopo do projeto, mas consta no contrato e agora? Novamente, vamos imaginar um cenário ideal onde estas questões eternas entre uma área comercial (a qual vendeu um projeto) e a área técnica (responsável por entregar o projeto vendido) não exista. Talvez este artigo também sirva de subsídios para que seja proposta uma nova dinâmica de trabalho entre as áreas técnica e comercial. " [...] continue lendo...

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