DevCast: Conhe�a o Code Smells

Code Smell foi um termo criado por Kent Beck quando ele ajudava Martin Fowler a escrever seu best seller Refactoring, Improving the Design of Existing Code. O termo smell, que pode ser traduzido livremente para cheiro, foi escolhido porque um odor � algo percept�vel. De igual forma, poss�veis problemas no c�digo de um programa podem ser percebidos com facilidade.

Na verdade, quando esse termo foi usado pela primeira vez se tinha em mente que nem todo odor � ruim. Igualmente, se o c�digo causa certa estranheza, ela pode ser apenas uma impress�o. De qualquer forma, vale a pena fazer uma an�lise mais profunda ao menor sinal de problema e os Code Smells s�o exatamente isso: um indicador de que h� um problema maior na aplicaç�o.

Conhecendo os tipos de smells

Desde que o termo foi usado pela primeira vez, os Code Smells v�m sendo catalogados e atualmente podemos dividi-los em seis grupos que ser�o detalhados a seguir.

C�digo muito grande (Bloaters)

S�o c�digos que cresceram demais, na maioria dos casos porque suas responsabilidades n�o foram bem delimitadas durante o planejamento da aplicaç�o. O termo Bloater, que nos remete a palavra inchado, vem do fato do c�digo consumir responsabilidades de outras classes. M�todos e classes muito longos, bem como longas listas de par�metros s�o alguns exemplos de Code Smells nesta categoria.

Violaç�o a orientaç�o a objetos (Object-Orientation Abusers)

Como visto em Os pilares da Programaç�o Orientada a Objetos, este paradigma se apoia em quatro fundamentos que devem ser utilizados para que os benef�cios de sua adoç�o possam ser percebidos pelo programador. Dois dentre esses benef�cios s�o a facilidade de manutenç�o e reutilizaç�o de c�digo, mas existem muitos outros. Contudo, a aplicaç�o incorreta ou parcial da abstraç�o, herança, polimorfismo ou encapsulamento pode gerar problemas no c�digo.

Um dos indicadores mais comuns desse problema � a presença de muitos ifs aninhados ou switchs complexos. Geralmente, quando precisamos modificar c�digo escrito dessa forma, precisamos tamb�m modificar/rearranjar cada bloco if/switch relacionado a ele. Nesses casos, uma poss�vel correç�o pode ser mover o c�digo realizado por essas estruturas para m�todos de classes.

Inibidores de modificaç�o (Change Preventers)

Lembra daquele velho termo �c�digo espaguete�? Ele vem do fato de que ao puxar um fio em um prato de macarr�o, geralmente outros fios est�o conectados a ele e acabam sendo puxados juntos. O c�digo espaguete � aquele no qual, para alterar um ponto, precisamos tamb�m fazer alteraç�es em diversos outros, o que torna a manutenç�o uma dor de cabeça. Uma vez que fazer pequenas correç�es no c�digo � uma tarefa corriqueira, ela tamb�m deve ser de f�cil realizaç�o e, portanto, c�digos com esse sintoma devem ser reescritos a fim de tornar o crescimento da aplicaç�o poss�vel.

C�digo dispens�vel (Dispensables)

Algumas vezes abrir m�o de um certo trecho pode tornar o c�digo mais claro. Isso � facilmente percebido quando existem trechos de c�digo duplicados, coment�rios excessivamente longos ou quando funcionalidades s�o removidas da aplicaç�o, tornando alguns algoritmos dispens�veis, por exemplo. Nesses casos � melhor remover o c�digo sem utilidade atualmente em lugar de deixar a aplicaç�o maior desnecessariamente.

Acopladores (Couplers)

Esta categoria est� diretamente relacionada ao problema do acoplamento e do relacionamento entre as classes da aplicaç�o. Voc� j� deve ter ouvido em uma de suas aulas de orientaç�o a objetos que uma aplicaç�o de qualidade tem alta coes�o e baixo acoplamento, mas o que vem a ser isso? Acoplamento � a forma que temos de medir o qu�o dependente uma classe � de outras para realizar as suas pr�prias aç�es.

Geralmente, dizemos que uma classe est� acoplada a outra quando o relacionamento entre ambas � desnecess�rio ou quando a tarefa a ser desempenhada � delegada a uma terceira classe. Esse smell, de nome Middle Man, nos faz refletir sobre a necessidade de manter no projeto as classes que existem apenas para delegar suas responsabilidades a outras.

Conclus�o

Apesar de n�o serem bugs, Code Smells certamente podem condenar uma aplicaç�o, se n�o forem tratados a tempo. Portanto, uma vez que estamos sempre revisitando c�digo antigo, ou para manutenç�o ou expans�o, aproveite esse momento para refletir sobre sua qualidade e considerar a possibilidade de refatora-lo. Lembre-se que n�o � preciso ser um g�nio da matem�tica para ser um bom programador, basta que sejam cultivados bons h�bitos.

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Você já olhou para um código que parecia errado, mas não soube dizer de imediato o porquê. Pode ser que você tenha se deparado com um Code Smell e, acredite, se você não se livrar dele, esse incômodo ficará cada vez pior. Quer saber mais? Assista.