Business Intelligence 2.0: Conceitos, Componentes e Arquitetura
Veja neste artigo os principais conceitos sobre Business Intelligence 2.0. Veja também um breve comparativo entre o BI tradicional e o BI 2.0.
Pode-se dizer que a tecnologia BI não dispõe de um conceito pré-definido, ou seja pode ser compreendido e explicado de diversas formas, o mesmo acontece com a versão 2.0 do BI, muito embora sejam utilizados conceitos bem parecidos na sua definição. A seguir alguns conceitos para auxiliar e facilitar o entendimento da tecnologia.
BI 2.0 concentra-se mais no contexto de fluxos de dados e no conhecimento, e não apenas nas informações.
Ou seja, BI 2.0 é como uma extensão da Web 2.0 no cenário empresarial, tornando-se uma oportunidade importante para o usuário e ampliando os conhecimentos sobre a camada de apresentação, visualização de dados e informações sobre a demanda. Dados estruturados e não estruturados, empresarial e público, que incluem novos relatórios de análise e interação.
BI 2.0 representa tanto uma visão nova e ousada quanto uma mudança fundamental na forma de como as empresas podem usar as informações. Estende-se a definição do BI para além do armazém de dados tradicional e ferramentas de consulta para incluir em processo dinâmico e automatizado de tomada de decisão. No passado, as organizações foram forçadas a confiar em informações atrasadas e em tentar resolver os problemas por muito tempo depois que eles ocorrem. As mudanças do BI 2.0 permitem que as empresas criem processos mais inteligentes.
O principal benefício do BI 2.0 para uma organização é a capacidade de fornecer informações precisas quando necessário, incluindo uma visão em tempo real do desempenho corporativo. Estas informações são necessárias para todos os tipos de decisões, principalmente para o planejamento estratégico.
No mundo de hoje, grande parte dos processos corporativos são tratados em tempo real, minuto a minuto, e o BI 2.0 está incluso nesse cenário para fornecer informações claras no momento em que a organização mais precisar. A notícia não pode atrasar um dia sequer, pois informações são necessárias em tempo real. Os bancos on-line, por exemplo, conferem saldos e executam diversas transações em tempo real. Os voos são reservados on-line com visibilidade em tempo real da disponibilidade de assentos, e é possível selecionar o assento que se quer, on-line e em tempo real. Todos esses procedimentos geram dados, muitos dados.
Para permitir adaptar os modelos de negócios para o mundo de hoje em tempo real, aplicações de software são criadas agora utilizando ED (event-driven), ou seja, dirigido a eventos. Os dados se movem em tempo real sobre arquiteturas orientadas a serviços, utilizando serviços de baixo acoplamento e altamente interoperáveis, ou seja, operacional em serviços de várias formas, que promovem a integração de aplicativos padronizados.
O termo também é intrinsecamente ligado com o BI em tempo real e orientado a eventos, mas o foco é realmente sobre a aplicação destas tecnologias aos processos de negócios. No coração dessa arquitetura, encontram-se os eventos e mensagens especificamente em XML (Extensible Markup Language). Em uma análise feita por especialistas na área de negócios, foi visto que a maioria dos processos modernos em si é acionada por eventos, consequentemente quando pensar em como agregar inteligência aos processos modernos.
Conforme Figura 1, os principais componentes de um sistema de Business Intelligence 2.0 e uma breve explanação sobre cada um:
A Figura 1 apresenta os componentes do BI 2.0 desde a Web 2.0 até a colaboração e interação de diversos usuários. Nota-se que o BI 2.0 extrai dados não somente de um DW, mas sim de dados on-line e em tempo real com o auxílio do OLTP (On-line Transaction Processing) e do Real Time ETL (Processo ETL em tempo real). A seguir uma breve explicação sobre cada um de seus componentes.
- Web 2.0: Novas práticas e abordagens da web com conteúdo dinâmicos e assíncronos que possibilitam os usuários interagirem com a página e com outros usuários, ex: Redes Sociais.
- OLTP: (Online Transaction Processing), ou seja, processamento de transações em tempo real. São sistemas que registram as transações, como, por exemplo, os ERPs (Enterprise Resource Planning).
- Real Time ETL: Processo de extração, transformação e carga de dados em tempo real. Basicamente falando é uma forma de integrar os dados em tempo real, podendo ser feitos por intervalos de lotes em curto espaço de tempo ou dependendo do segmento feito apenas algumas vezes ao dia.
- Data Warehouse: Grande banco de dados ou armazém de dados, responsável pelo armazenamento de altos volumes de dados, ou seja, os dados brutos de uma organização.
- Data Mart: Repositório de dados, subdivisão de um DW, também responsável pelo armazenamento de dados, porém mais específicos e em menor escala.
- OLAP: Análise e processamento on-line de dados, conhecidos também como cubos decisórios, local onde os dados são analisados e processados gerando informações essenciais ao negócio.
- Cloud Computing: Que se refere a computação nas nuvens e tem como base a utilização da memória e das capacidades de armazenamento, compartilhados e interligados por meio da Internet.
- Linking Web Data: Refere-se a dados ligados descrevendo um método de publicação de dados estruturados que podem ser interligados baseando-se em tecnologias da web estendendo-se para compartilhar informações que podem ser lidos automaticamente por computadores.
- Integration of Web Data: Refere-se à integração de dados, essa integração combina dados residentes em diferentes fontes, tendo em vista fornecer aos usuários uma visão única dos dados.
- BI as a Service: Refere-se à arquitetura SOA, orientado a serviços, o que facilita a partilha e acesso de informações em tempo real.
A arquitetura orientada a serviços (SOA) abriu caminho para o BI 2.0, pois facilita o acesso em tempo real e a coleta de dados. BI 2.0 é também mais uma visão de web orientada de dados tradicionais de consulta e ferramentas de análise.
A arquitetura de uma aplicação de BI 2.0 difere em alguns pontos da arquitetura de uma aplicação de BI tradicional. A base da arquitetura foi praticamente mantida, porém alguns componentes foram inseridos, tais como:
- Web 2.0
- Real Time ETL
- OLTP
- Redes Sociais
- Software como um serviço
As arquiteturas de BI organizam os dados transacionais das empresas para a obtenção de conhecimento, de forma que auxilie na tomada de decisões. As arquiteturas de BI são compostas por ferramentas de interrogação e exploração dos dados para geração de relatórios, produzindo informação estratégica para suportar a tomada de decisão.
Levando-se em consideração que o objetivo do BI 2.0 é reduzir a latência, ou seja, o tempo. Torna-se necessário reduzir o tempo entre quando um evento ocorre e quando uma ação é tomada, a fim de melhorar o desempenho empresarial, esse é o foco das arquiteturas de BI 2.0.
A Figura 2 demonstra as características de uma arquitetura de BI 2.0.
A Figura 2 retrata a nova cara de uma aplicação BI 2.0. O BI 2.0 envolve um gerenciamento de performance para que a aplicação suporte a alta carga de informações que entram na sua base. O importante para o BI 2.0 é não ter perca dos dados e em contrapartida diminuir a latência dos dados, esse é o grande desafio até o momento.
Os dados são colhidos através do processo ETL em tempo real, que capta as informações de diversas fontes, tais como: as Mídias Sociais, as Informações de comunidades de usuários, como fóruns, blogs, etc. Resumindo: o BI 2.0 é um serviço.
A arquitetura BI 2.0 abrirá uma série de opções para a criatividade dos usuários de negócios operacionais. Esta próxima geração de BI 2.0 inclui recursos de visualização que permitem aos usuários ver as relações entre os dados, interatividade que lhes permitem manipular os dados e uma forma intuitiva de trabalho que combina com o modo com que os usuários de negócios pensam, por exemplo, em fazer perguntas novas que podem surgir. Ferramentas de BI 2.0 são mais intuitivas para os usuários de negócios do que as ferramentas tradicionais de negócios, software de inteligência especial e planilhas.
Para finalizar este artigo veja um breve comparativo do BI tradicional com o BI 2.0, demonstra-se na Tabela 1 as principais características existentes entre eles.
Características BI Tradicional | Características BI 2.0 |
---|---|
Envio e apresentação de relatórios estáticos para os usuários. Relatórios orientados para impressão. Análise de relatório pós-fato devido à latência dos dados. | Comunidades de usuários dinâmicos com colaboração ativa e compartilhamento imediato de informações, onde os usuários elaboram seus próprios relatórios. Aplicações de geração de relatórios interativos e baseados na Web 2.0. Relatórios em tempo real. |
Custo elevado e considerado um luxo dentro da organização. (Empresas de grande porte) | Soluções econômicas e rentáveis disponibilizadas para as organizações como um todo. (Pequenas, Médias e Grandes empresas) |
Gráficos com barras estáticas, e gráficos circulares segmentados. | Visualização de dados intuitiva, dinâmica e interativa. |
Modelo OLAP para análise. | Modelo OLAP junto com outras alternativas inovadoras, menos complexas e de alto desempenho. |
Instalação, upgrade e uso complexo e de alto consumo de tempo. | Instalação, upgrade e uso simplificados. |
Parâmetros de pesquisa pré-definidos. | Pesquisas dinâmicas ou de estilo livre permitindo a exploração de dados. |
Dados estruturados. | Conjunto ampliado de tipos de dados suportados, inclusive dados não estruturados e serviços XML da web. |
Licenciamento de software por usuário. | Licenciamento de software por servidor para um número ilimitado de usuários ou licenciamento baseado em assinatura. |
BI para poucos usuários especializados. | BI para todos, na medida da necessidade da organização. |
Conforme Tabela 1, pode-se dizer que o BI 2.0, embora recém-chegado ao mercado brasileiro, já apresenta inovações e novas práticas que mesmo não se tenha muitos exemplos de empresas que aderiram e mostraram realmente ser mais eficaz em relação ao BI tradicional, na prática, ele traz muitos questionamentos e dúvidas em relação ao seu funcionamento e desempenho no dia-a-dia.
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