Programa��o Android: Boas pr�ticas no desenvolvimento em Android

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Este artigo ser� �til para a criaç�o de bons h�bitos no desenvolvimento de aplicaç�es Android, explicar� a import�ncia de controlar acessos externos inseridos na sua aplicaç�o (como mapas e conex�es de internet) e mostrar� ferramentas para testar seu c�digo.

Ajudar� tamb�m a descobrir o que deve ser evitado desde a codificaç�o do aplicativo at� a finalizaç�o e entrega, para garantir uma boa performance final do produto e a satisfaç�o do usu�rio.

Atualmente o smartphone se tornou parte essencial do dia de milhares de pessoas no mundo inteiro, a venda desses aparelhos n�o para de crescer e sua abrang�ncia de utilidades continua nos surpreendendo. Um conjunto de novas ferramentas e melhorias s�o entregues todo ano pelas grandes marcas, garantindo nosso cont�nuo interesse na utilizaç�o dos aparelhos e aguçando nossa curiosidade com relaç�o aos limites de cada dispositivo.

Saiba mais: Meu primeiro aplicativo Android

Com isso, o mercado de aplicativos tamb�m apresenta crescimento, tanto na procura de produtos que utilizem de formas novas e criativas as ferramentas do dispositivo quanto em lançamentos de produtos destinados para os mais diversos fins.

Mas para acompanhar a demanda, muito tem se perdido em boa execuç�o da ferramenta e qualidade de experi�ncia entregue ao usu�rio.

Para evitar o descuido no desenvolvimento do seu aplicativo, vamos mostrar alguns pontos importantes a serem praticados durante a sua idealizaç�o, verificaç�es que devemos prever durante a codificaç�o e os detalhes finais para otimizar a entrega do produto final ao usu�rio. Al�m disso, tamb�m � preciso passar pelos pontos que devemos evitar, como falta de compatibilidade entre aparelhos e erros comuns que cometemos na ansiedade da finalizaç�o. Demonstraremos isso utilizando a plataforma Android como base, mas os conceitos aqui abordados podem ser empregados para todas as plataformas mobile.

Seu consumidor

� importante lembrarmos que o usu�rio da nossa aplicaç�o � nosso consumidor. Ele tratar� nosso aplicativo como um produto, analisar� ele como tal e se n�o estiver satisfeito, ir� descart�-lo e comprar um novo e melhor produto. Garantir que ele tenha a melhor experi�ncia poss�vel com seu aplicativo � parte importante da utilizaç�o e aceitaç�o da sua proposta.

Para isso, precisamos mais que imagens e telas bonitas, precisamos que a aplicaç�o pense em seu consumidor final e que sua idealizaç�o reflita a necessidade que o mesmo procura sanar com seu produto.

Ao criar a parte visual do seu aplicativo, pense em como o usu�rio utilizar� durante o dia, tente prever situaç�es comuns como navegar no aplicativo em movimento, ter pouco tempo para chegar at� a funç�o que ele deseja usar naquele momento, para qual tipo de usu�rio o aplicativo realmente ser� �til, entre outras quest�es.

Apesar do f�cil acesso a informaç�es e manuais e do alto �ndice de vendas de dispositivos touch que encontramos hoje, � preciso pensar nos usu�rios que n�o est�o acostumados com toda essa tecnologia.

Pessoas com mais idade ou com baixa renda que nunca tiveram contato com um dispositivo que possibilita acesso a um mundo pelo toque na tela podem precisar de uma ajuda visual mais completa e uma interface bem mais intuitiva que o normal.

A correlaç�o com o mundo real � um forte aliado na construç�o visual do seu aplicativo, possibilitando o f�cil entendimento atrav�s de palavras, frases e conceitos familiares do dia a dia.

Prever o uso do dispositivo por crianças tamb�m � importante, principalmente pelo uso comum de tablets para entret�-las com aplicativos infantis ou desenhos. Caso seu aplicativo possua conte�do adulto, n�o deixe imagens ou v�deos expl�citos dispostos nas primeiras telas da aplicaç�o e mantenha um controle de idade para acessar o conte�do final. O usu�rio se sentir� mais seguro ao baixar sua aplicaç�o e a frequ�ncia de uso ser� maior.

Interface otimizada

A interface � sua primeira impress�o com o consumidor. Atrav�s dela voc� pode chamar a atenç�o de um p�blico espec�fico ou de uma massa, pode garantir o uso cont�nuo da sua aplicaç�o e a satisfaç�o do usu�rio. Uma interface bem elaborada e otimizada deve contemplar os seguintes itens:

F�cil navegaç�o: utilizar sempre �cones e imagens intuitivas, que descrevam sem dificuldade sua funç�o no app. Evite descriç�es ou legendas muito grandes em menus e abas;
Bons textos: manter descriç�es e mensagens objetivas e claras, com tempo e visualizaç�o confort�veis para o usu�rio;
Linguagem: se o seu aplicativo possui vers�es em outras l�nguas, � preciso ficar sempre atento �s traduç�es. O n�o entendimento de uma instruç�o ou funç�o pode levar o usu�rio a desinstalar o aplicativo ou negativar seu aplicativo na Google Play Store, o que dificulta a aceitaç�o de outros usu�rios;
Tutoriais: evite sempre que poss�vel a necessidade de aux�lio para utilizaç�o e navegaç�o do seu aplicativo, mas caso haja uma funcionalidade muito complexa ou com muitas etapas, crie um tutorial que utilize a interface visual criada como base, para que o usu�rio encontre suporte. Deixe o tutorial sempre � disposiç�o em um local de f�cil acesso, para que o usu�rio acesse sempre que tiver alguma d�vida;
Consist�ncia: O usu�rio n�o deve se perguntar se diferentes imagens ou descriç�es significam a mesma coisa. Se na tela principal do seu aplicativo voc� tem um bot�o com o t�tulo Mapa, abra a tela e mantenha o t�tulo Mapa. N�o dificulte a navegaç�o e n�o deixe seu usu�rio confuso;
Efici�ncia de uso: dispor de atalhos para tarefas, um conjunto de ferramentas de f�cil acesso em um local da aplicaç�o ou mesmo o uso de m�scaras e navegaç�o sequencial em campos de texto beneficia o aproveitamento pelo usu�rio e otimiza o tempo de uso. Procure ajudar o usu�rio desde o primeiro acesso a explorar a aplicaç�o de forma completa;
Layout otimizado: quando tratamos de dispositivos Android, temos as diferentes resoluç�es e tamanhos como um problema cr�tico e facilmente encontrado em diversos aplicativos. Criar um layout din�mico muitas vezes resolve, mas quando temos muitas imagens, precisamos utilizar diferentes resoluç�es. Para isso, a estrutura inicial do seu projeto Android disponibiliza pastas pr�prias para cada tipo de resoluç�o, como mostra a Figura 1.

Figura 1. Pastas drawable diferenciadas pela qualidade da resoluç�o

Caso as pastas padr�o n�o comportem sua resoluç�o, � poss�vel criar uma pasta espec�fica para o modelo de smartphone Android com densidades e resoluç�es fora dos padr�es comuns.

Com relaç�o a Tablets versus Smartphones, n�o devemos nos prender a simplesmente adaptar nosso layout para uma tela maior ou com resoluç�o alta. Usar os diferentes dispositivos para criar uma interface diferenciada � uma boa opç�o para aproveitar melhor o espaço ou at� inserir uma funcionalidade diferente. Assim como as pastas de imagens, tamb�m � poss�vel gerar uma pasta espec�fica para cada tipo de aparelho. Para isso, crie uma pasta com o nome layout-land, copie o arquivo XML que deseja otimizar para a vers�o tablet e o coloque dentro da nova pasta, como mostra a Figura 2.

Figura 2. Pastas de layout diferenciadas pelo tipo de dispositivo

Uma vez criada as duas vers�es do arquivo XML, altere o c�digo dos arquivos de acordo com a necessidade para cada tipo de dispositivo e o pr�prio sistema Android localizar� o layout que melhor corresponde ao aparelho que est� executando o programa.

Ciclo de vida do aplicativo

As classes codificadas em um programa Android possuem um ciclo de vida contendo os seguintes est�gios como principais: Iniciada, Em uso, Pausada, Interrompida e Destru�da. Este ciclo deve ser inserido em cada classe criada pelo desenvolvedor, respeitando a ordem de cada est�gio, pois uma vez n�o implementado corretamente pode causar o fechamento inesperado da aplicaç�o.

Durante o desenvolvimento encontramos diversos cen�rios onde o n�o tratamento dos dados dentro do ciclo de vida da aplicaç�o pode ocasionar erros cr�ticos ou causar um comportamento n�o esperado. Como exemplos podemos citar a aç�o do usu�rio de atender uma ligaç�o durante o uso do programa e voltar para o mesmo ap�s desligar, o carregamento de um conte�do externo atrav�s de um link que abra um navegador, ou at� mesmo uma funç�o que chame a agenda ou o calend�rio do aparelho.

Todos esses e outros casos precisam ser tratados para garantir que o usu�rio continue de onde parou, sem perder nenhum dado ou sem que o aplicativo feche sem motivos aparentes.

Mesmo ap�s um fechamento inesperado, quando seu aplicativo for reaberto, ele precisa ter salvo as informaç�es inseridas pelo usu�rio e continuar seu funcionamento de forma est�vel.

� necess�rio tamb�m respeitar a hierarquia dos m�todos dentro do ciclo de vida da activity. Se atribuirmos um valor em um TextView no m�todo onCreate() e no onResume() atribuirmos outro valor a esse mesmo TextView, ao pausar a Activity e voltar para ela, apenas o valor atribu�do no onResume() ser� mostrado, pois o m�todo onCreate() s� � chamado quando a classe � instanciada pelo sistema, e o m�todo onResume() � chamado sempre que a classe entra em foco novamente, n�o tendo sido finalizada. Portanto, observe atentamente a ordem dos m�todos contidos no ciclo, conforme mostra a Figura 3, e busque trabalhar em cima das condiç�es exigidas para manter integra a execuç�o das tarefas desejadas.

Figura 3. Ciclo de vida de uma aplicaç�o Android

Conectividade

Existem raros casos em que um aplicativo n�o precisa, em nenhum momento, de uma conex�o com a internet. Caso seu c�digo exija conex�o em alguma ocasi�o, � indispens�vel garantir que ele consiga utilizar as funç�es de forma correta e sem erros, algo que pode ser f�cil se lembrarmos de alguns pontos:

Operaç�es em Background: as operaç�es que utilizam internet devem sempre ser executadas separadas da UIThread. Dessa forma, o usu�rio n�o tem a aplicaç�o travada durante a comunicaç�o de dados;
Status da comunicaç�o: sempre que uma operaç�o que utilize a internet for necess�ria, tenha como costume inserir um di�logo alertando o usu�rio sobre o que est� acontecendo e, se poss�vel, o status da aç�o;
Tipos de conex�o: se o seu aplicativo possui a necessidade de conex�o com a internet, ele precisa estar preparado para responder aos diferentes tipos de conex�o. Aqui no Brasil, temos o uso de conex�o 3G como principal, seguida por WiFi e pacotes de dados oferecidos por operadoras.

Criar mecanismos para diferentes velocidades de conex�o � necess�rio para que o usu�rio n�o fique preso por muito tempo a uma operaç�o ou at� para garantir que ele sempre tenha alguma resposta;

Estabilidade: tratar uma queda de rede durante a execuç�o de um m�todo que utiliza conex�o � imprescind�vel para a utilizaç�o do aplicativo. Sempre que ocorrer, mostre um alerta ao usu�rio e possibilite que ele repita o processo sem que perca nenhum dado;
Segurança: muitas vezes, por julgarmos seguro o endereço ao qual enviamos informaç�es coletadas no aplicativo, abrimos m�o de uma garantia de segurança criada antes do envio. Sendo assim, criptografar dados ao envi�-los para algum serviço e n�o salvar senhas na aplicaç�o s�o procedimentos b�sicos para a segurança do usu�rio.

Utilizaç�o de GPS

Atualmente, muitas aplicaç�es possuem funç�es e estat�sticas se baseando na localizaç�o do usu�rio. Para mostrar um mapa, procurar lugares pr�ximos, mostrar o endereço do usu�rio ou traçar uma rota, ativamos o GPS na aplicaç�o. Mas devemos tamb�m nos lembrar de desativ�-lo quando n�o estivermos utilizando. A atualizaç�o constante da localizaç�o do usu�rio recorre ao serviço de GPS do aparelho ininterruptamente, causando o alto consumo de mem�ria e bateria.

A criaç�o de uma classe respons�vel pelo gerenciamento do GPS � uma grande aliada para garantir a correta implementaç�o da respectiva funç�o no aplicativo. Na Listagem 1 podemos observar um exemplo desse tipo de classe.


public class GPSTracker extends Service implements LocationListener {
 
    private final Context mContext;
 
    // flag para status do GPS
    boolean isGPSEnabled = false;
 
    // flag para status da Internet
    boolean isNetworkEnabled = false;
 
    // flag para localizaç�o GPS
    boolean canGetLocation = false;
 
    Location location; // localizaç�o
    double latitude; // latitude
    double longitude; // longitude
 
    // Dist�ncia m�nima em metros para atualizar a localizaç�o
    private static final long MIN_DISTANCE_CHANGE_FOR_UPDATES = 10; 
    // 10 metros
 
    // Tempo m�nimo em milissegundos entre atualizaç�es
    private static final long MIN_TIME_BW_UPDATES = 1000 * 60 * 1;    
    // 1 minuto
 
    // Declaraç�o do Gerenciador de Localizaç�o
    protected LocationManager locationManager;
 
    public GPSTracker(Context context) {
        this.mContext = context;
        getLocation();
    }
}

Listagem 1. C�digo da classe GPSTracker

Ap�s criar a classe e adicionar as vari�veis globais e o seu construtor, precisaremos criar a funç�o respons�vel por obter a localizaç�o do usu�rio. Sendo assim, adicione � sua classe GPSTracker o m�todo apresentado na Listagem 2. Este verificar� se existe alguma conex�o ou se o GPS do aparelho est� ativo para a procura da localizaç�o, e caso seja poss�vel realizar a busca, ela chamar� os m�todos que dar�o continuidade no processo.


public Location getLocation() {
  try {
    locationManager = (LocationManager) mContext
      .getSystemService(LOCATION_SERVICE);
 
    // obtendo o status do GPS
    isGPSEnabled = locationManager.isProviderEnabled(LocationManager.GPS_PROVIDER);
 
    // obtendo o status da Internet
    isNetworkEnabled = locationManager.isProviderEnabled(LocationManager.NETWORK_PROVIDER);
 
    if (!isGPSEnabled && !isNetworkEnabled) {
      // nenhuma rede est� ativa
    } else {
      this.canGetLocation = true;
      // Primeiro carregue a localizaç�o pela rede
      if (isNetworkEnabled) {
        locationManager.requestLocationUpdates(
          LocationManager.NETWORK_PROVIDER,
          MIN_TIME_BW_UPDATES,
          MIN_DISTANCE_CHANGE_FOR_UPDATES, this);
        Log.d("Network", "Network");
        if (locationManager != null) {
          location = locationManager
            .getLastKnownLocation(LocationManager.NETWORK_PROVIDER);
          if (location != null) {
            latitude = location.getLatitude();
            longitude = location.getLongitude();
          }
        }
      }
      // se o GPS est� Ativo, carregue lat/long usando os serviços de GPS
      if (isGPSEnabled) {
        if (location == null) {
          locationManager.requestLocationUpdates(
            LocationManager.GPS_PROVIDER,
            MIN_TIME_BW_UPDATES,
            MIN_DISTANCE_CHANGE_FOR_UPDATES, this);
          Log.d("GPS Ativo", "GPS Ativo");
          if (locationManager != null) {
            location = locationManager
              .getLastKnownLocation(LocationManager.GPS_PROVIDER);
            if (location != null) {
              latitude = location.getLatitude();
              longitude = location.getLongitude();
            }
          }
        }
      }
    }
  } catch (Exception e) {
    e.printStackTrace();
  }
  return location;
}

Listagem 2. M�todo respons�vel pela localizaç�o

Implementado o m�todo respons�vel por obter a localizaç�o do usu�rio, precisaremos dos m�todos respons�veis por obter a latitude e longitude com base na localizaç�o recebida, expostos na Listagem 3. Estes verificam se o valor da localizaç�o � diferente de nulo, e caso seja, retornam os valores de latitude e longitude contidos dela.


//M�todo para buscar a latitude
public double getLatitude(){
    if(location != null){
        latitude = location.getLatitude();
    }
    return latitude;
}
     
//M�todo para buscar a longitude
public double getLongitude(){
    if(location != null){
        longitude = location.getLongitude();
    }
    return longitude;
}

Listagem 3. M�todos para obter latitude e longitude

Para garantir a estabilidade na nossa aplicaç�o, devemos verificar se o GPS/Internet est� ativado no aparelho do usu�rio conforme mostra a Listagem 4, antes de tentar obter alguma coordenada. Caso n�o seja poss�vel captar a localizaç�o, devemos alertar o usu�rio e solicitar que o mesmo ative as funç�es em seu aparelho para que ele possa fazer uso do aplicativo da forma correta.


/**
 * M�todo para checar se o GPS/Internet est� ativo
 * @return boolean
 * */
public boolean canGetLocation() {
    return this.canGetLocation;
}
     
/**
 * Funç�o para mostrar alerta para Configuraç�es
 * Pressionando o bot�o Configuraç�es abrir� as configuraç�es do seu aparelho
 * */
public void showSettingsAlert(){
    AlertDialog.Builder alertDialog = new AlertDialog.Builder(mContext);
      
    // Configurando t�tulo do Dialog
    alertDialog.setTitle(�Configuraç�o do GPS");
  
    // Configurando mensagem do Dialog
    alertDialog.setMessage("GPS n�o est� ativo. Deseja ir para as configuraç�es do aparelho?");
  
    // Pressionando o bot�o Configuraç�es
    alertDialog.setPositiveButton("Configuraç�es", new DialogInterface.OnClickListener() {
        public void onClick(DialogInterface dialog,int which) {
            Intent intent = new Intent(Settings.ACTION_LOCATION_SOURCE_SETTINGS);
            mContext.startActivity(intent);
        }
    });
  
    // Pressionando o bot�o Cancelar
    alertDialog.setNegativeButton("Cancelar", new DialogInterface.OnClickListener() {
        public void onClick(DialogInterface dialog, int which) {
        dialog.cancel();
        }
    });
  
    // Mostrando o alerta
    alertDialog.show();
}

Listagem 4. M�todos para verificar se � poss�vel obter localizaç�o

Para finalizar nossa classe, devemos criar um m�todo respons�vel por desligar o GPS quando n�o formos mais utiliz�-lo, para evitar o alto consumo de bateria e mem�ria sem necessidade, o que � feito na Listagem 5.


public void stopUsingGPS(){
    if(locationManager != null){
        locationManager.removeUpdates(GPSTracker.this);
    }       
}

Listagem 5. M�todo para desligar o GPS

Uma vez implementada a classe com todos os elementos de gerenciamento, alertas e verificaç�es, podemos adot�-la sempre que for necess�rio em uma Activity recuperar informaç�es sobre a localizaç�o do usu�rio. Um exemplo disso � exposto na Listagem 6.


public class MeuAplicativoActivity extends Activity {
     
  Button btnShowLocation;
   
  GPSTracker gps;
   
  @Override
  public void onCreate(Bundle savedInstanceState) {
    super.onCreate(savedInstanceState);
    setContentView(R.layout.main);
     
    btnShowLocation = (Button) findViewById(R.id.btnShowLocation);
     
    // mostra localizaç�o ao clicar no bot�o
    btnShowLocation.setOnClickListener(new View.OnClickListener() {
         
        @Override
        public void onClick(View arg0) {        
          // cria um objeto da classe
          gps = new GPSTracker(AndroidGPSTrackingActivity.this);

          // checa se o GPS est� ativo     
          if(gps.canGetLocation()){
               
              double latitude = gps.getLatitude();
              double longitude = gps.getLongitude();
               
              // \n � para uma nova linha
              Toast.makeText(getApplicationContext(), �Sua localizaç�o � - \nLat: " + 
               latitude + "\nLong: " 
               + longitude, Toast.LENGTH_LONG).show();    
          }else{
            // n�o � poss�vel obter a localizaç�o
            // GPS ou Internet n�o est� ativo
            // Pede para o usu�rio ativar o GPS/Internet nas configuraç�es
            gps.showSettingsAlert();
          } 
        }
      });
  }
}

Listagem 6. Exemplo de uso da classe de gerenciamento do GPS em uma Activity

Armazenamento em banco

Com o f�cil acesso a redes de internet, a grande maioria dos aplicativos atuais n�o necessita de um banco de dados interno. Mas se o volume de informaç�es que voc� precisa carregar � muito grande, a criaç�o de um banco SQLite (Nota 1) dentro da sua aplicaç�o � a melhor opç�o para agilizar os processos. Caso opte por implementar um banco de dados interno, mantenha-se atento a alguns cuidados que devem ser tomados durante a codificaç�o, tais como:

Criaç�o das tabelas: caso seu banco de dados v� ser populado por dados recebidos por um serviço, procure manter a nomenclatura dos campos e os tipos corretos na hora de criar sua tabela. Muitos erros s�o ocasionados por convers�es erradas ou atribuiç�es diferentes das esperadas;
Utilizaç�o: lembre-se sempre de abrir o banco de dados antes de utiliz�-lo e de fech�-lo ap�s o uso. Esquecer esses dois passos simples pode ocasionar em um erro cr�tico, que vai fechar inesperadamente sua aplicaç�o;
Onde salvar o banco: se sua aplicaç�o cont�m informaç�es sigilosas e que n�o devem ser acessadas fora da aplicaç�o, crie seu banco de dados em uma pasta interna do aplicativo e n�o em uma pasta no SDCard. Al�m disso, se poss�vel, crie uma senha para a pasta. As pastas do SDCard s�o facilmente acessadas por um computador e suas informaç�es podem vazar;
Acessos concorrentes: tenha cuidado ao iniciar uma rotina no banco de dados. Caso voc� esteja fazendo um update com um grande volume em uma tabela e tentar fazer um select na mesma, a aplicaç�o travar�;
Tratamentos de valores nulos: � preciso sempre tratar valores nulos. Caso voc� faça um select, o retorno for nulo e logo em seguida voc� tente utilizar o valor, seu aplicativo fechar� inesperadamente. Portanto, verifique sempre se o retorno do banco � diferente de nulo antes de us�-lo para alguma aç�o;
Gerenciamento: da mesma forma que o GPS, a melhor forma de trabalhar com um banco de dados � criando uma classe respons�vel pelo gerenciamento das funç�es. Centralizar acessos dentro de todo o seu aplicativo evita erros por esquecimento ou distraç�o.

Nota 1: SQLite � � um banco de dados mais compacto, com suporte nativo no Android. Sua criaç�o � muito simples e n�o h� necessidade de configuraç�es ou instalaç�o no aparelho antes da utilizaç�o do mesmo em um aplicativo.

Manipulando m�dias

Trabalhar com m�dias dentro da aplicaç�o requer muitos cuidados, por�m execut�-las de maneira limpa e que garanta o funcionamento sem interrupç�es ou travamentos pode ser uma tarefa f�cil quando nos atentamos a alguns itens, tais como:

Mem�ria consumida: a utilizaç�o de imagens e v�deos costuma consumir muita mem�ria do aparelho. Sendo assim, certifique-se de tratar exceç�es de estouro de mem�ria, mostrando o ocorrido ao usu�rio e retomando a aç�o sem maiores danos � sua aplicaç�o;
Respeitar o volume: sempre que for reproduzir um �udio ou v�deo, respeite o controle de volume do aparelho, n�o tente forçar um volume por c�digo. Ainda que o alerta sonoro ou o �udio do v�deo sejam importantes na aplicaç�o, o usu�rio deve definir a intensidade do volume;
Salvar configuraç�es: se a reproduç�o de um v�deo ou �udio foi interrompida pelo usu�rio, seja pausada, ou caso o aplicativo entre em segundo plano, � necess�rio tratar a interrupç�o e salvar o estado atual da reproduç�o.

Utilizar o ciclo de vida da aplicaç�o te ajudar� nessa tarefa, pois atender uma ligaç�o durante a reproduç�o de um v�deo na sua aplicaç�o e ainda ouvir o �udio enquanto tenta conversar com algu�m � algo realmente inc�modo e que pode acarretar na desinstalaç�o do aplicativo ou desuso da funç�o.

Tamb�m � importante que, nesse mesmo cen�rio apresentado, o usu�rio consiga continuar a reproduç�o do ponto em que parou, e n�o tenha que voltar tudo ou reiniciar a reproduç�o;

Status de reproduç�o: � importante que o usu�rio saiba o que est� acontecendo com a reproduç�o, se o arquivo ainda est� sendo carregado, qual a duraç�o total dele e em qual ponto de reproduç�o ele se encontra. Isso auxilia o usu�rio a decidir se reproduzir� agora ou se tem pouco tempo para iniciar a reproduç�o do arquivo;
Orientaç�o do aparelho: quando reproduzimos v�deos, � comum que o usu�rio vire o aparelho para a posiç�o paisagem para ter uma visualizaç�o maior e mais detalhada. Travar a rotaç�o de tela atrav�s da classe que reproduzir� o v�deo pode ser uma frustraç�o para o usu�rio;
Galerias: ao apresentar uma galeria de imagens ou v�deos no aplicativo, � preciso ter alguns cuidados. Assim, procure fazer cache das imagens que aparecer�o na galeria, e se poss�vel, tenha imagens com baixas resoluç�es pr�prias para as miniaturas que geralmente s�o apresentadas como pr�via do arquivo.

Mensagens e chamadas

Enviar mensagens e realizar chamadas por c�digo dentro da aplicaç�o n�o � complicado, mas � preciso prever algumas situaç�es para n�o ocasionar erros ou d�vidas, saber a melhor opç�o de envio para cada necessidade e analisar se a implementaç�o enriquecer�o uma funç�o do programa ou se s� substituir� a interface padr�o dispon�vel nos aparelhos. Relacionado a essa quest�o, os principais aspectos que devemos nos atentar s�o:

Envios de SMS/MMS: quando o envio de um SMS/MMS for feito diretamente de dentro do c�digo do app, sem utilizar o aplicativo nativo do Android, � importante garantir que a mensagem tenha sido enviada e, caso n�o tenha sido poss�vel, alertar o usu�rio sobre a falha;
Caracteres especiais: quando enviamos mensagens diretamente por c�digo, precisamos verificar se a String cont�m caracteres especiais como acentos e pontuaç�es para trat�-los e evitar que o aplicativo interprete de maneira errada, caso contr�rio o usu�rio enviar� s�mbolos ou caracteres estranhos acreditando que a mensagem foi recebida da forma correta.

Para evitarmos esse tipo de erro existem dois cen�rios que devemos prever. Um deles est� relacionado a quando o texto a ser enviado � inserido pelo usu�rio.

Nestes casos, verifique o texto antes do envio, como mostra a Listagem 7. Neste c�digo, recuperamos o texto definido em um EditText e aplicamos UTF-8, que ser� o respons�vel por assegurar que os caracteres especiais ser�o enviados. O outro cen�rio ocorre quando a mensagem a ser enviada � definida pelo sistema.

Nestes casos, carregue a mensagem a partir do strings.xml, arquivo criado no escopo inicial do projeto que � respons�vel por centralizar as Strings a serem utilizadas na aplicaç�o e que j� possui uma configuraç�o que mant�m os caracteres especiais;

Permitir chamadas: muitas vezes encontramos meios de n�o interromper uma execuç�o importante para a aplicaç�o impedindo algumas aç�es no dispositivo do celular.

� poss�vel, por c�digo, impedir que o aparelho receba alguma chamada durante a execuç�o de um m�todo, mas � altamente perigoso. N�o devemos bloquear nenhuma funç�o nativa do aparelho do usu�rio, e garantir que ele possa receber chamadas, principalmente de emerg�ncia, � de suma import�ncia;

Ediç�o do n�mero: se a ligaç�o ou envio de SMS for feito diretamente por c�digo, permita que o usu�rio insira, procure na agenda ou edite um n�mero que j� est� fixo na aplicaç�o. Ademais, o usu�rio pode estar em outro estado ou pa�s e deve poder optar por qual operadora utilizar antes de finalizar a aç�o.


String msgVerificada = Charset.forName(�UTF-8�)
.encode(editTextMensagem.getText().toString());

Listagem 7. C�digo para verificar caracteres especiais

Alertas

Mostrar o status das aç�es aos usu�rios � imprescind�vel, mas � preciso evitar excessos e utilizar os alertas de forma inteligente para que a mensagem n�o seja perdida ou m� interpretada e para que a fluidez do uso seja mantida. Dentre os pontos relacionados que devemos ser cautelosos, podemos citar:

Diagn�sticos: as mensagens de erro devem indicar o problema e ajudar o usu�rio a solucion�-lo. Mensagens com instruç�es muito grandes ou descriç�es utilizando c�digos de erros devem ser evitadas;
Prevenç�o: sempre que uma aç�o tomada pelo usu�rio cause uma alteraç�o muito brusca, informe ele sobre isso e pergunte se � o que ele realmente deseja fazer naquele momento. Seja breve em descrever a aç�o e o resultado, caso ele deseje prosseguir, e permita que ele cancele a aç�o;
Mantenha o simples: o sistema Android possui um padr�o de alertas. Tente n�o fugir do padr�o para que o usu�rio n�o se sinta confuso e para que sua aplicaç�o n�o fique carregada com layouts customizados para mostrar apenas uma mensagem;
Alertas de progresso: se a aplicaç�o mostrar� um status para o usu�rio, se questione se realmente � necess�rio travar a aplicaç�o e aguardar o t�rmino do progresso ou se ele pode continuar a navegar.

Caso ele possa navegar e a mensagem de status n�o seja muito relevante, prefira mostrar um Toast (uma pequena janela de mensagem que aparece na parte inferior da tela durante um tempo) no lugar de um alerta. Caso a aplicaç�o precise que a funç�o termine para continuar com o funcionamento correto, defina por c�digo que o usu�rio n�o poder� cancelar o alerta, como mostra a Listagem 8.


ProgressDialog dialog = new ProgressDialog(this);
dialog.setMessage("carregando...");
dialog.show();
dialog.setCancelable(false);
dialog.setCanceledOnTouchOutside(false);

Listagem 8. Exemplo de alerta de progresso

Testar nunca � demais

Os testes em uma aplicaç�o devem abranger o m�ximo de itens que comp�em o projeto, desde os testes de usabilidade do produto, testes de c�digo e tempo de vida da atividade, at� os testes para funcionalidades espec�ficas. Testar todas essas frentes � essencial, pois ainda que o funcionamento geral esteja conforme, se as atividades n�o tiverem uma boa resposta, ou se o layout n�o for intuitivo e de f�cil utilizaç�o, de nada adiantar� uma �tima ideia escondida na aplicaç�o. Para garantir testes mais completos, dispomos de v�rias ferramentas que podem auxiliar nessa tarefa. A seguir s�o listadas algumas delas:

MonkeyRunner: fornece uma API para a criaç�o de c�digos para testes, voltados principalmente para testes funcionais. MonkeyRunner disponibiliza alguns recursos exclusivos para testes no Android, tais como controle de v�rios dispositivos, teste funcional, teste de regress�o e possibilita ainda que o desenvolvedor adicione classes pr�prias na API para testes espec�ficos;
Robotium: � um framework de automaç�o para testes em Android que possui suporte completo para aplicaç�es nativas e h�bridas. Permite testes mais robustos de interface do usu�rio utilizando o m�todo caixa-preta (Nota 2);
MonkeyTalk: proporciona automatizaç�o de testes reais e funcionais utilizando checagens simples ou mais sofisticadas, atrav�s de classes codificadas com verificaç�es espec�ficas, baseadas em dados inseridos para simulaç�o. Permite testes em aplicativos nativos e h�bridos, executados em dispositivos reais ou simuladores.

Al�m do uso de ferramentas de teste, busque testar sua aplicaç�o em uma vers�o do Android que n�o tenha modificaç�es feitas por operadoras ou fabricantes. Isso ajudar� a reconhecer poss�veis erros gerados por diferentes vers�es de sistema e assegurar� um bom funcionamento da aplicaç�o em diferentes aparelhos.

Nota 2: Testes do tipo caixa-preta � Consistem em explorar as funcionalidades do sistema do ponto de vista do usu�rio, simulando um uso real. Geralmente � realizado por terceiros, mas tamb�m pode ser utilizado para validaç�es pontuais dos desenvolvedores.

Entregando seu produto

Garantir que seu produto esteja funcionando de forma eficaz � muito importante, entreg�-lo ao seu cliente apropriadamente � crucial. A primeira impress�o deve ser uma experi�ncia excepcional e qualquer ru�do at� a execuç�o do aplicativo pode ser decisivo para o uso ou descarte do mesmo. Com isso em mente, quando gerar o execut�vel final para enviar para a Google Play Store, faça uma �ltima verificaç�o nos seguintes itens:

Chaves das APIs: assegure que as chaves das APIs implementadas no aplicativo est�o corretas, para garantir a funcionalidade e n�o causar transtornos ao usu�rio. Facebook, Google Maps e Twitter precisam de uma chave �nica que deve ser gerada no computador que compilar� a vers�o final do seu aplicativo;
Limpar massa de testes: se sua aplicaç�o disp�e de alguma base de dados para preencher listas ou carregar campos, ou contenha algum c�digo espec�fico para gerar a massa de testes, garanta que na vers�o final do execut�vel esses c�digos n�o estejam ativos e que a base esteja limpa. Informaç�es desconexas na aplicaç�o pode confundir o usu�rio e at� causar erros durante a execuç�o;
Somente permiss�es v�lidas: verifique sempre antes de gerar o execut�vel final se a sua aplicaç�o est� realmente usando todas as permiss�es solicitadas no seu AndroidManifest. Permiss�es demais podem assustar o usu�rio e faz�-lo questionar a integridade do seu aplicativo;
Instalaç�o no SDCard: se sua aplicaç�o possui mais de 10mb para ser baixada e instalada do Google Play Store, permita que o usu�rio possa escolher onde prefere salvar a aplicaç�o. Em aparelhos mais simples, o uso do SDCard � decisivo para o bom funcionamento de algumas funç�es que precisam de mais mem�ria;
Prints para a loja: procure tirar prints utilizando a �ltima vers�o do seu aplicativo. Escolha telas que consigam explicar ao usu�rio as principais funç�es que seu aplicativo apresenta. Evite prints com informaç�es pessoais ou sigilosas, como c�digos de acesso e nomes de clientes.

Procure padronizar seu c�digo para que fique mais f�cil localizar os pontos de falhas, estude c�digos de outros desenvolvedores para aprimorar sua experi�ncia e o seu conhecimento. Al�m disso, tenha em mente que o aplicativo do seu concorrente � o seu primeiro prot�tipo, e procure ver onde ele falha para que o seu possa ser superior desde o in�cio.

Mantendo a atenç�o aos pontos levantados e uma rotina de verificaç�es cont�nuas durante o processo de desenvolvimento, sua aplicaç�o Android pode ser muito mais eficiente e alcançar um grande n�mero de downloads e boas cr�ticas na Google Play Store.

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