Artigo SQL Magazine 61 - Modelagem de dados para um sistema de controle de orçamento
O objetivo deste artigo é demonstrar o processo de construção do modelo conceitual e lógico de um banco de dados relacional.
Clique aqui para ler esse editorial em PDF
Projeto
Modelagem de dados para um sistema para controle de orçamentos
O objetivo deste artigo é demonstrar o processo de construção do modelo conceitual e lógico de um banco de dados relacional. Para isso, utilizaremos um estudo de caso hipotético, que consiste na criação de um sistema de controle de orçamentos. Este sistema permite a inclusão de um orçamento mensal que é composto por contas de receita e despesa. Estas contas são definidas pelo usuário e classificadas em grupos e subgrupos que geram o plano de contas do sistema. Além do orçamento mensal, todos os recebimentos e pagamentos são lançados diariamente e vinculados à conta cadastrada no plano de contas. Desta forma, têm-se a possibilidade de análise do previsto através do orçamento mensal e da análise do que efetivamente foi realizado através dos lançamentos diários nas contas.
Para a construção do modelo de dados, seguiremos uma metodologia de desenvolvimento composta pelas etapas de: levantamento de dados, definição de entidades e associações, definição de atributos e identificadores, criação do modelo conceitual, definição das cardinalidades e, por fim, a criação do modelo lógico de dados.
Modelo Conceitual
Um modelo conceitual descreve a estrutura do banco de dados sem preocupar-se com o Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) que será utilizado. Este modelo expressa quais dados aparecerão em um Banco de Dados (BD), e não como estes estão armazenados. Normalmente ele é usado para se representar todo o conjunto de informações disponíveis em um BD a ser projetado.
Considerado como um padrão para a modelagem conceitual, o modelo Entidade-Relacionamento (comumente chamado de modelo ER) foi criado por Peter Chen em 1976 é ainda hoje serve como base para vários modelos, inclusive modelos orientado a objetos. Ele percebe o mundo como sendo um conjunto de entidades e relações entre estas. Uma entidade nada mais é do que a representação de algum fato ou componente de um sistema. Usualmente, suas propriedades são representadas graficamente através de um Diagrama Entidade-Relacionamento (DER), onde os retângulos representam as entidades e os losangos interligados por linhas representam as associações. O relacionamento entre as entidades a partir destas associações caracteriza uma instância ou ocorrência de relacionamento. A identificação de uma instância de relacionamento entre as entidades é gerada a partir da utilização do atributo identificador. A Figura 1 apresenta todos os elementos e símbolos que compõem um diagrama de ER.
Figura 1. Símbolos Utilizados no DER
O número de ocorrências de determinada entidade que podem estar associadas a ocorrências de outra entidade chama-se cardinalidade. Devemos considerar dois tipos de cardinalidade: a mínima e a máxima. Conforme representado na Figura 1, a cardinalidade mínima é “0” (zero) e a cardinalidade máxima é “n”.
Após a definição das cardinalidades, temos como identificar se a entidade é forte ou fraca. Quando esta for fraca, a linha de ligação aparece em destaque (mais forte) conforme representado na Figura 1. Para melhor compreender o uso de cardinalidades e da definição de entidade forte ou fraca, vejamos o exemplo a seguir:
O domínio deste exemplo é a relação entre entidades Cliente e Compra, onde a cardinalidade mínima entre elas é “0” (zero) e a máxima “n”. Pela cardinalidade mínima, podemos afirmar que uma ocorrência de Cliente não obrigatoriamente precisa estar associada a uma ocorrência da entidade Compra. Pela cardinalidade máxima, podemos afirmar que várias ocorrências (um número máximo, porém não conhecido de ocorrências) da entidade Cliente podem estar relacionadas à entidade Compra.
Simplificando, podemos dizer que podem ser cadastrados clientes sem a obrigatoriedade destes terem registro de compra – também conhecida como associação opcional da entidade Cliente. Por outro lado, podemos dizer que cada compra possuirá no máximo um cliente. Como a entidade Compra depende de obrigatoriamente de uma ocorrência na entidade Cliente, dizemos que a entidade Compra é a entidade fraca, como observado na Figura 2.
Figura 2. Exemplo de Diagrama ER
Ao desenvolvermos o DER, temos uma melhor visão das relações existentes entre as entidades e desta forma facilita-se a construção do modelo lógico. Entretanto, para melhor compreendermos esta afirmação, vejamos a seguir algumas definições e características de qualquer modelo lógico de BD.
Modelo Lógico
O modelo lógico se preocupa em representar a estrutura dos dados e suas relações em um BD. Ele consiste em criar uma abstração da realidade do BD, enfatizando os objetos que dele pertencem, as relações entre estes objetos e os dados que serão armazenados. " [...] continue lendo...
Artigos relacionados
-
Artigo
-
Artigo
-
Artigo
-
Artigo
-
Artigo