No início da década de 70, a figura do administrador de dados era uma das mais importantes dentro de uma organização. Tudo passava pela verificação e aprovação do administrador de dados. Se houvesse uma reunião da alta direção para tratar de metas para o próximo ano, como grande conhecedor do negócio da organização seguramente o AD estaria presente para melhor planejar a organização dos dados para desta forma auxiliar a gestão do negócio. Depois, com o surgimento e a explosão dos SGBD’s as empresas de forma geral começaram a ver o papel do AD como mais uma das atribuições do DBA, profissional treinado e especializado para atuar com estes sistemas, porém de forma geral, sem grande conhecimento a respeito das regras de negócio da organização. Mentalidade que foi sendo enraizada pelo mercado de tecnologia, que de forma geral está mais interessado em vender a última versão de seu produto e servidores com maior capacidade de armazenamento do que com a informação e o negócio das organizações.

 

Com isto as organizações têm cada vez mais gastos com sistemas que acabam por não gerar informações claras e concisas, para os usuários os sistemas nunca funcionam, para os executivos as informações para tomada de decisão, dificilmente são claras e/ou consistentes; os desenvolvedores e DBA’s se transformam em bombeiros, sempre correndo atrás para apagar os constantes incêndios, fazendo com que a T.I. seja vista apenas como uma área de gastos dentro da organização;

Por que a figura do AD ajudaria a mudar esta realidade?

 

Basta entendermos a administração de dados como recurso estratégico dentro da empresa, bem como suas atribuições, que responderemos facilmente esta pergunta. Cabe à administração de dados:

 

· Conhecer o negócio da empresa de forma, a saber, os departamentos que utilizam os dados, considerando o nível de acesso que cada um terá do dado;

· Modelar os dados corporativamente;

· Respeitar as múltiplas visões e utilizações de um mesmo dado;

· Disponibilizar os dados de forma organizada;

· Compartilhar os dados evitando redundância;

· Servir como base para a construção de sistemas de informações flexíveis, integrados e eficientes.

 

A administração de dados em uma organização deve ter uma ampla atuação, caminhando sempre ao lado da área de negócio. Deve, por exemplo, participar do planejamento estratégico junto à direção da organização, o que permite, por exemplo, detectar, as necessidades de informações futuras e desta forma melhor planejar as bases de dados para atender aos negócios da organização.

 

Ao AD cabe a tarefa de identificar, descrever (documentar) e modelar (estruturar) os dados-chave a serem armazenados e gerenciados (manipulados), além de cuidar das adaptações impostas pelas restrições dos SGBD’s adotados e dos aspectos de desempenho e segurança lógica dos dados. Já ao DBA cabe o papel de conhecer as peculiaridades de funcionamento e operação do SGBD adotado para garantir a implementação de tudo o que foi levantado e especificado pelo administrador de dados, implementando fisicamente e garantindo a segurança física dos dados.

 

O problema da gestão de dados nas organizações é amplo e de extrema importância. E girando em torno deste assunto está a questão do alinhamento estratégico da T.I. aos negócios da organização. Por isso, mais cedo do que se pensa, a administração de dados terá de regressar à pauta do dia, ou então, as empresas continuarão gastando milhões para obter resultados medíocres. E como sabemos, os tempos atuais não são favoráveis ao desperdício.

 

Logo, ao trazermos a gestão de dados para o primeiro plano, a nova administração de dados deverá ser uma mudança determinante nos métodos de gestão das organizações, alinhando a estratégia de T.I. ao negócio, sendo integrada nas estratégias globais da organização, obtendo desta forma uma economia de milhares de dólares e principalmente resultados mais satisfatórios para os usuários e a alta direção.